Um estudo que envolveu 36 pessoas já contaminadas com o vírus da Aids mostrou que é possível controlar o HIV usando uma vacina terapêutica --embora o resultado ainda esteja longe de uma cura.
Cientistas na Espanha, na França e nos EUA usaram os vírus presentes no organismo dos próprios pacientes portadores do HIV para "adestrar" células do sistema de defesa do organismo deles.
Depois, tais células foram devolvidas para a corrente sanguínea dos pacientes. O resultado: mesmo tendo parado de tomar o coquetel de drogas antirretrovirais (hoje a única defesa de quem já foi infectado), a maioria dos soropositivos ficou com níveis baixos de HIV no sangue.
O problema, no entanto, é que o controle do vírus foi temporário, perdendo força a partir de 24 semanas depois que a "vacina de células" foi aplicada pelos cientistas, o que vai exigir mais refinamento do método antes que testes maiores aconteçam.
A pesquisa, que está na edição desta semana da revista especializada americana "Science Translational Medicine", foi coordenada por Felipe García, da Universidade de Barcelona.
truque misterioso
O grande objetivo desse e de outros estudos parecidos é realizar com sucesso um truque que alguns soropositivos operam naturalmente.
O organismo dessas pessoas, apelidadas de "controladores de elite", consegue evitar que a multiplicação do HIV saia do controle, além de não perder células do sistema de defesa do organismo.
Tudo indica que tais pacientes conseguem realizar esse feito porque o sistema de defesa de seu organismo é capaz de reconhecer e atacar o HIV com eficácia. O plano, portanto, é óbvio: achar uma maneira artificial de replicar essa estratégia.
Isso permitiria que os pacientes deixassem de lado o consumo perpétuo do coquetel de medicamentos antirretrovirais, que é caro e traz diversos efeitos colaterais.
É aí que entram as chamadas células dendríticas, componentes do sistema de defesa do organismo que levam, por exemplo, pedaços de vírus para outras células de defesa. É esse transporte de informação sobre o inimigo que leva a uma resposta específica contra ele.
No estudo, as células dendríticas, cultivadas a partir de tecidos dos próprios pacientes, foram colocadas em contato com o HIV retirado do organismo deles --mas só depois que o vírus foi inutilizado por meio do emprego de calor (veja quadro acima).
O sucesso apenas temporário da estratégia ainda precisa ser mais estudado, dizem os pesquisadores.
Antes da aplicação da vacina terapêutica, os pacientes ficaram um tempo sem receber os remédios anti-HIV para que os pesquisadores pudessem medir a contagem do vírus em seu sangue e comparar o "antes" e o "depois" da vacinação.
Isso pode ter dado ao parasita um certo fôlego, digamos, para que ele voltasse a se multiplicar mesmo após a imunização. Em princípio, seria possível resolver isso aplicando diversas doses da "vacina de células" --uma tática que é usada no caso das vacinas convencionais.
Outra possibilidade, dizem os cientistas, seria vacinas as pessoas enquanto elas ainda estão tomando os remédios.
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