No Dia Mundial contra o Mosquito, lembrado nesta terça-feira (20), o Ministério da Saúde reforça os cuidados e ações para combater o mosquito Aedes aegypti, vetor de diversos vírus causadores de doenças graves, como a dengue, Zika e chikungunya (arboviroses). As ações de prevenção e controle dessas e de outras enfermidades exigem a atuação de todas as esferas da gestão e participação ativa da população.
Como parte das ações, desde 2023, a pasta coordena uma série de ações com foco no combate à dengue, por exemplo. No início de 2024, foi anunciado R$1,5 bilhão para apoiar estados, municípios e o Distrito Federal no enfrentamento de emergências em saúde pública. Além disso, foram distribuídas vacinas para regiões prioritárias; foi aproximado o diálogo com o Instituto Butantan e a Fiocruz para ampliar a produção do imunizante; instalou- se um Centro de Operações de Emergências (COE) para apoio aos estados e municípios e incorporadas novas tecnologias de controle vetorial para o enfrentamento da doença.
Entre as principais iniciativas, destacam-se campanhas de comunicação para conscientizar a população sobre a importância de eliminar criadouros dos mosquitos, como recipientes abertos com água parada. Desde como é feito o diagnóstico, quando buscar atendimento, até as medidas indispensáveis para eliminar o mosquito Aedes aegypti.
Outras ações estratégicas
A nova gestão do Ministério da Saúde também expandiu, em 2023, o método Wolbachia como estratégia adicional de controle das arboviroses. A pasta fez o repasse de R$ 30 milhões para ampliar a tecnologia em seis municípios: Natal (RN), Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC), além das cidades já incluídas na fase de pesquisa.
Em 2024, o excedente de ovos da biofábrica do Rio de Janeiro está sendo utilizado para ampliar as áreas de soltura de Wolbachia no Rio de Janeiro. As áreas de expansão correspondem à população de 63 mil habitantes. As solturas foram iniciadas em abril. Esta ação compõe o plano de implementação de novas tecnologias desenvolvido pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde Estadual e Municipal do Rio de Janeiro, com apoio da Fiocruz.
O Ministério da Saúde reforça, no entanto, que a principal medida de prevenção é a eliminação dos criadouros do mosquito. Daí a importância de receber os Agentes de Combate a Endemias (ACEs) e Agentes Comunitários de Saúde (ACSs), responsáveis por encontrar e eliminar potenciais criadouros.
O que são arboviroses
As arboviroses são um grupo de doenças virais que são causadas por vírus transmitidos principalmente por artrópodes, como mosquitos, maruins e carrapatos. A palavra "arbovirose" deriva de "arbovírus", que significa "vírus transmitido por artrópodes". Essas enfermidades podem causar uma variedade de sintomas, desde febre leve até complicações mais sérias, sendo algumas delas potencialmente fatais.
Os principais vetores de arbovírus são os mosquitos, em particular, dos gêneros Aedes e Culex, além do inseto do gênero Culicoides, transmissor do vírus Oropouche. Eles se tornam portadores dos vírus ao picar uma pessoa infectada e, subsequentemente, passam o vírus para outras pessoas quando realizam novas picadas.
No Brasil o ciclo da febre amarela atualmente é silvestre, com transmissão por meio dos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Os últimos casos de febre amarela urbana foram registrados no Brasil em 1942, e todos os casos confirmados desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão.
Malária
A malária é causada pelo parasita Plasmodium e transmitida por mosquitos do gênero Anopheles. É considerada um grave problema de saúde global. Esses mosquitos, conhecidos como “mosquito-prego”, são mais ativos ao entardecer e ao amanhecer, mas podem picar durante toda a noite.
Apesar dos avanços na prevenção e tratamento, a malária continua a ser uma ameaça significativa, especialmente em regiões tropicais e subtropicais como a África Subsaariana, partes da Ásia e América Latina. No Brasil, a maioria dos casos ocorre na região amazônica, que inclui estados como Acre, Amazonas e Pará. Em áreas fora da Amazônia, embora menos frequente, a malária ainda representa um risco maior devido à sua maior letalidade.
Medidas eficazes contra a doença incluem o uso de mosquiteiros impregnados, repelentes, roupas de manga longa e a instalação de telas em portas e janelas.
O Sistema Único de Saúde (SUS) realiza, gratuitamente, exames para detectar a doença. São eles: exame microscópico da gota espessa e o teste de diagnóstico rápido (TDR). Os dois usam uma gota de sangue retirada do dedo para a sua realização.
A implementação da tafenoquina e do teste G6P no tratamento da malária representou um avanço importante do país, que tem como meta a eliminação da doença até 2035. A ação se iniciou na região amazônica, onde estão concentrados mais de 99% dos casos autóctones de malária no Brasil. A pasta tem realizado em 2024 treinamentos nas áreas endêmicas do país, para atualizar profissionais de saúde e incentivar o uso dessa nova tecnologia. Mais de 600 profissionais de saúde já foram qualificados pela SVSA.