O governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Saúde (SES), apresentou relatório sobre as ações da pasta contra a Leishmaniose, nos 78 municípios do Estado. O documento, ressalta a obrigação do Estado, que consiste em oferecer apoio logístico aos municípios através do controle de vetores (equipamentos e materiais para garantir proteção pessoal para a borrifação), garantindo a exterminação do mosquito flebótomo.Este ano a Leishmaniose já foi confirmada em 25 municípios, nos quais foi registrada a presença do mosquito flebótomo, cães positivos ou casos em humanos. Segundo a secretaria, a Leishmaniose não é uma doença sazonal, pois a proliferação do mosquito ainda está em estudo, independe do clima. Até agora, de acordo com o Sinan (Sistema de Informações de Agravos de Notificação), já foram confirmados 140 casos positivos de leishmaniose visceral em Mato Grosso do Sul, com 14 óbitos. Os municípios de maior incidência são Campo Grande (93 casos confirmados/ 6 óbitos), Três Lagoas (17 casos confirmados/6 óbitos) e Anastácio (8 casos confirmados, sem óbitos). Nos demais municípios aconteceram casos isolados da doença provavelmente importada dos locais com maior índice de infestação.Para conter o aumento da doença, desde o ano passado a SES vem realizando várias atividades dentro do Programa Estadual de Controle das Leishmanioses como:- capacitação para servidores das oito regionais de Saúde, que abrangem os municípios de Campo Grande, Dourados, Jardim, Nova Andradina, Três Lagoas, Paranaíba, Coxim e Fátima do Sul sobre entomologia;- participação no Sinconbiol (Simpósio de Biologia) em Recife (PE);- capacitação na área de vigilância epidemiológica e canina para veterinários e servidores da Saúde nos municípios de Três Lagoas e Corumbá;- ações de vistoria e vigilância epidemiológica das leishmanioses nos municípios e núcleos regionais de Três Lagoas, Corumbá, Bela Vista, Aquidauana, Anastácio, Ponta Porâ, Ladário, Sidrolândia, Bela Vista e Jardim;- capacitação de agentes de saúde nos municípios de Ponta Porã (onde foi confirmado o 1º caso) e Água Clara;- capacitação de médicos da rede de saúde no município de Campo Grande, para diagnóstico e tratamento de pacientes graves para LV (leishmaniose visceral);- participação em palestra aplicada para médicos veterinários com técnicos do Lacen (Laboratório Central) sobre vigilância canina da leishmaniose visceral no município de Corumbá;- participação na Reunião Nacional das Leishmanioses em Uberaba (MG); e- participação no 1º Congresso Nacional de Saúde Pública Veterinária em Guarapari (ES).Com base em todo o trabalho já desenvolvido, a SES lança agora uma campanha de educação sanitária, que consiste em reforçar a capacitação dos agentes de saúde (PSF - Programa Saúde da Família), fornecendo mais material educativo a todos os municípios, além de deflagrar um alerta à população para a limpeza dos quintais e áreas nos domicílios que possam reunir matéria orgânica em decomposição (folhas, frutos), facilitando o desenvolvimento do mosquito flebótomo. A exemplo dos cuidados adotados para evitar a dengue, para conter a leishmaniose é preciso dar destino adequado ao lixo e manter limpos os terrenos baldios. Segundo o secretário de Estado de Saúde, Matias Gonsales Soares, “para garantir o êxito desta campanha de educação sanitária, é preciso antes de tudo esclarecer a população dos riscos, da gravidade da doença e formas de prevenção, com auxílio dos meios de comunicação. Daí a importância de dar início a esse trabalho o mais rápido possível, concluiu Gonsales.