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Piora estado de saúde de menino com agulhas no corpo

18 dezembro 2009 - 15h08

Uma equipe médica multidisciplinar do Hospital Ana Neri, em Salvador, passa a manhã desta sexta-feira (18) reunida, traçando a estratégia dos procedimentos que serão empregados para a retirada de dezenas de agulhas que estão no corpo de um menino de 2 anos.

A criança, transferida para a capital baiana na quinta-feira (17), apresenta um novo quadro infeccioso. Os médicos acreditam que o problema, identificado como endocardite, esteja sendo provocado pela agulha enfiada no coração.

"Este é um quadro complicador. Ele está sendo tratado por meio de antibiótico e, precisamos esperar que o processo ceda para podermos definir a data da cirurgia. Caso aconteça algo mais grave, como uma hemorragia, por exemplo, faremos a intervenção assim mesmo. Entretanto não queremos nos precipitar", explicou nesta manhã o cardiologista Francisco Reis. Ontem um quadro de infecção já havia sido detectado na região do pulmão.

Embora o estado de saúde do menino seja considerado estável, algumas agulhas localizadas em quatro partes vitais (coração, pulmão, coluna e fígado) preocupam os médicos. Estes locais receberão tratamento prioritário.

O menino foi internado no domingo (13), no hospital do Oeste, na cidade de Barreiras, com queixa de dores e vômitos, quando foram detectadas as agulhas. A identificação de um objeto no coração determinou a sua remoção para o hospital Ana Neri, na capital, referência no atendimento de problemas cardíacos na Bahia.

Na cidade de Ibotirama, continuam presos os três acusados de cometer o crime: o ex-padrasto Roberto Carlos Magalhães Lopes; a amante dele, Angelina Capistrana Ribeiro dos Santos e Maria dos Anjos Nascimento, que se autointitula benzedeira e dona de uma casa de candomblé.

Em razão de uma tentativa de invasão da delegacia pela população, o delegado Elder Fernandes optou por transferir Roberto Carlos para uma cidade vizinha. Ibotirama tem uma população estimada em 25 mil habitantes inconformados com a brutalidade com que a criança vinha sendo machucada sistematicamente pelo padrasto, por cerca de um mês.

"Embora já tenha confessado o crime, ele será reconvocado. Quero ouvi-lo novamente antes de concluir o inquérito, que será encaminhado à Justiça. Preciso correr com esse caso, para evitar que vença o período de vigência da prisão temporária dos acusados", disse o delegado, que esperar encerrar as apurações na próxima segunda-feira (21).

O delegado informou ainda que Roberto Carlos se disse arrependido e chegou a chorar durante o depoimento. "O objetivo dele era matar a criança, por isso estou tratando este caso como tentativa brutal de homicídio, e não como um caso com conotações religiosas", afirmou o policial.

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