Cerca de 30% da população do Brasil sofre de algum tipo de alergia, segundo estimativa da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai). A manifestação mais comum é a asma, que acomete entre 10 e 25% dos brasileiros e é caracterizada por tosse, falta de ar, chiado nas vias respiratórias e dor no peito. Também é frequente a rinite, que se manifesta na forma de espirros, coceira e nariz entupido e escorrendo.
As causas mais comuns da alergia são pólen, poeira e pelos de animais. A mais recorrente é a alergia a ácaros, bichinhos microscópicos que moram em quase tudo que o humano põe a mão: cobertores, estofados e até animais. É por isso que não se recomenda que os alérgicos tenham bichos de estimação, especialmente aqueles são cobertos por pelos ou penas.
Não existe uma solução mágica para escapar da alergia, o ideal é evitar tudo aquilo que possa abrigar os ácaros. Então, o legal é investir em uma decoração clean: nada de tapetes, bichos de pelúcia nem cobertores de lã. As cortinas devem ser de tecido leve e fácil de lavar ou de persianas laminadas, daquelas que dá para limpar com um pano úmido. Tudo tem que se manter o mais limpo possível: o chão do quarto e o topo de prateleiras e eletrodomésticos devem ser limpos com um pano úmido. Esqueça os produtos de limpeza com cheiro forte – até eles podem desencadear crises alérgicas. Substitua cobertores pesados por edredons de fácil lavagem e troque a roupa de cama uma ou duas vezes por semana.
“É impossível encontrar algo 100% antialérgico, porque o contato do objeto com o corpo humano favorece a presença de ácaros”, explica a alergista Fátima Rodrigues Fernandes, presidente regional paulista da Asbai. Na falta de uma opção 100% segura, o mais garantido é investir em tecidos hipoalergênicos, ou seja, que provocam menos alergia. Tapetes felpudos, grossos ou com trama entrelaçada também ficam fora da lista. “O ideal é manter apenas um tapete pequeno ao lado da cama, que possa ser lavado com facilidade, na máquina de lavar mesmo”, completa a médica.
A arquiteta Paula Ferraz engrossa o coro: “Tendo pouco móveis no quarto, é difícil acumular poeira, que é o problema para os alérgicos”, opina. No projeto do Quarto do Mergulhador, para Casa Cor Sorocaba 2009, ela e sua sócia usaram piso de vidro, mais fácil de limpar. “As portas dos armários também são de vidro porque, dessa maneira, dá para limpar sempre: é só passar um pano com álcool e pronto.”
Como os ursinhos de pelúcia atraem poeira – e muitos ácaros – o melhor é evitá-los, mas quem tem filho pequeno sabe que isso pode ser o começo de uma pequena guerra doméstica. Uma solução criativa é colocá-los em caixinhas individuais de acrílico. Assim, além de protegidos eles podem ser usados como peças de decoração, dispostos nas prateleiras.
Para os tapetes, a regra é a mesma: melhor não ter, mas, se quiser, o preferível é que sejam o menos felpudo possível. E não há aspirador que vença. Escolha fibras naturais como juta ou sisal, que são mais fáceis de lavar e secam mais rapidamente. Ou opte pela grama sintética, que dá um ar divertido ao cômodo.