Um dos presos com cinco homens investigados por invadir uma agência bancária pelo teto em Água Clara, cidade localizada na região Leste de Mato Grosso do Sul, receberia R$ 5 mil pela empreitada criminosa. Ele e os comparsas foram presos pela Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) na última quinta-feira, dia 09 de janeiro, um dia depois do crime e sem conseguir levar o dinheiro do banco.
A quadrilha presa passou por audiência de custódia na manhã deste sábado (11). A defesa de quatro suspeitos pediu pela liberdade provisória dos clientes. Caso não seja concedida, a defesa solicitou pela prisão domiciliar dos quatro envolvidos.
Durante o interrogatório ao qual o site Midiamax teve acesso, o rapaz alegou que estava em um bar de Água Clara com uma dupla. Lá, ele disse que precisava de um dinheiro para fazer uma ‘cena’ e que retornaria R$ 5 mil igualmente.
Aos policiais, ele contou que como sua mãe está doente e precisando fazer uma cirurgia, se interessou pelo dinheiro e continuou a conversa. Logo, um dos comparsas disse que precisava comprar ferramentas e repassou a lista para o rapaz, que foi até a loja e fez a compra no valor em torno de R$ 600.
Porém, o rapaz alega que soube que as ferramentas seriam usadas para arrombar um banco somente depois da compra e da entrega ao comparsa. Na entrega, o homem teria explicado todo o planejamento do crime.
E já na madrugada de quarta-feira (8), enquanto os comparsas invadiam a agência bancária, o rapaz ficava a distância repassando informações. Depois, o rapaz confessou aos policiais do Garras que em outra oportunidade foi até o banco e adentrou o local, mas que o alarme de fumaça foi disparado e então ele foi embora.
Em seguida, o rapaz ainda trocou de roupa para se passar por um trabalhador da cidade e foi embora para a casa, onde tentou contato com os comparsas, mas não conseguiu.
Já em sua residência, o rapaz alegou que passou a ver notícias na imprensa de que as ferramentas e os objetos usados no crime ficaram no banco. Logo, conversou com um dos comparsas que lhe afirmou que havia ficado com o notebook.
O rapaz disse que acreditava que não seria localizado, mas acabou abordado pela polícia no momento em que saía de seu alojamento. Durante a abordagem, ele confessou que participou do crime, mas alegou que sua função era apenas comprar as ferramentas e monitorar a presença da PM nas imediações da agência bancária. Pelo trabalho, ele receberia R$ 5 mil.
Ainda durante o interrogatório na sede do Garras, o rapaz disse que está arrependido e que tinha apenas a intenção de emprestar os R$ 5 mil para ajudar na cirurgia da mãe.
Detento da Máxima teria ordenado invasão de banco pelo teto
Durante o interrogatório na sede da Garras, outro preso disse que após ficar encarcerado em São Paulo, passou a manter contato com um detento da Máxima pelo telefone, sendo que o mesmo lhe convidou para participar do arrombamento de um banco.
Na ocasião, o detento teria falado que o suspeito precisava apenas ir para a cidade e que outros criminosos estariam esperando por ele. Então, a corrida de táxi foi combinada com o próprio detento que, inclusive, pagou o taxista. Em seguida, o suspeito pegou o táxi e foi até a rodoviária de Água Clara.
Na rodoviária, o homem ficou aguardando pelos outros suspeitos, mas não os encontrou e então foi levado pelo taxista até a casa de um comparsa. Ao chegar na residência, eles conversaram e foram até um bar. Lá, dois criminosos decidiram ir comprar as ferramentas e o homem retornou para o imóvel.
Enquanto isso, ele e os comparsas enviavam e recebiam informações através de um grupo de WhatsApp.
Prisão
A polícia investiga a quadrilha por invadir a agência bancária da cidade pelo teto e furtar um notebook e um colete com munições do agente de segurança. O crime aconteceu na quarta-feira (8), quando a Polícia Civil foi acionada.
Na ocasião, os suspeitos adentraram o banco, mas foram descobertos pelos dispositivos de segurança do local. Quando o alarme foi acionado, os criminosos fugiram furtando um notebook e um colete balístico com munições de arma de fogo do agente de segurança bancária.
Então, iniciou-se uma investigação por parte do Garras em conjunto com a Delegacia da Polícia Civil de Água Clara. Logo, foram identificados celulares, ferramentas e outras informações que indicavam que havia um grupo que teria se organizado para furtar instituições financeiras na cidade.
Conforme a Polícia Civil, o grupo era tão organizado que havia distribuição de tarefas entre os envolvidos.
Criminosos fraudavam dispositivos de segurança
As investigações concluíram que os criminosos usavam ferramentas para invadir o banco pelo teto do prédio e depois usavam os mesmos apetrechos para fraudar os dispositivos de segurança. Assim, eles conseguiriam arrombar os cofres e os caixas da agência bancária.
Os seis envolvidos no crime foram identificados, porém, um deles havia ido para Santa Rita do Pardo.
Foi constatado ainda que um dos envolvidos no crime possuía um mandado de prisão em seu desfavor. O mandado foi expedido pela Justiça de São Paulo por tráfico de drogas e roubo majorado pela restrição da liberdade da vítima.
Posteriormente, os policiais localizaram os seis criminosos, que foram presos em flagrante. A quadrilha responderá pelos crimes de furto qualificado pelo rompimento de obstáculo e associação criminosa.