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Mato Grosso do Sul lança panorama racial que aponta caminhos para equidade e cidadania

06 julho 2025 - 07h45Por Redação

Mato Grosso do Sul dá um passo importante na construção de políticas públicas mais justas e inclusivas com o lançamento, nesta quarta (2), do Painel Panorama Racial, ferramenta inédita que reúne dados sobre a população dos 79 municípios do Estado, com recortes por cor, raça e gênero.

Desenvolvido pelo Observatório da Cidadania, vinculado a UFMS, em parceria com a Secretaria de Estado da Cidadania e com apoio da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia), o painel traz informações sobre educação, renda, moradia, religião e outros indicadores estratégicos para apoiar políticas públicas mais eficientes e promover a equidade e a cidadania no Estado.

A plataforma organiza os dados em painéis visuais e interativos, permitindo a visualização detalhada por município e por grupo étnico-racial. O objetivo é subsidiar políticas públicas com base em dados confiáveis e fortalecer a participação social, promovendo uma visão mais ampla das diferentes realidades que compõem o estado.

“Acredito muito nos dados e como eles modificam as políticas públicas. Mais do que números, esse painel representa vidas e pessoas. É com esses recortes que conseguimos entender religião, raça, território, economia e como podemos trabalhar a partir disso uma política pública que, por muito tempo, foi invisibilizada. Pensar nesse panorama é como olhar para um espelho que reflete quem somos, onde estamos e, principalmente, onde queremos chegar”, destacou a secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza.

Durante o lançamento, o coordenador do Observatório da Cidadania, professor Samuel Oliveira, reforçou a importância de tornar visíveis as diferentes realidades do estado para orientar decisões mais qualificadas.

“Sabemos que o que não é visível, não é percebido. E o que não se percebe, não se transforma. Por isso, tornar visíveis as diferentes realidades é o primeiro passo para promover mudanças concretas. Queremos que mais decisões, principalmente na esfera pública, sejam guiadas por informações qualificadas. Também queremos que cada vez mais pessoas tenham acesso a informações compreensíveis e úteis, para que todos possam participar ativamente das discussões públicas”, afirmou.

A ferramenta é de acesso público e aproxima gestores públicos, pesquisadores e a sociedade da realidade local, contribuindo para o fortalecimento da cidadania e para a construção de políticas mais direcionadas e eficazes.

Para a subsecretária de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, Vânia Lúcia Baptista Duarte, o painel traz um olhar mais próximo das necessidades da população e amplia a capacidade de ação do governo.

“O acesso a esses dados promove maior eficiência na construção das políticas públicas. É fundamental reconhecer a população sul-mato-grossense no contexto étnico-racial e direcionar ações para as localidades onde há maior necessidade. Esses dados nos ajudam a confirmar questões que já vínhamos debatendo e fortalecem nosso diálogo com a sociedade, com fontes confiáveis e organizadas”, ressaltou.

Além de apoiar as ações governamentais, o Painel Panorama Racial é uma ferramenta que fortalece a participação social e a construção conjunta de soluções.

De Rio Brilhante, a gestora da Divisão de Direitos Humanos, Francis Jaqueline da Rocha, veio até a Capital entender como a ferramenta pode nortear o atendimento à população no município.

"Saber que existem esses dados específicos nos abre caminhos para trabalhar em várias pautas. É muito importante o acesso a esses números, porque a partir deles conseguimos efetivar as políticas públicas, principalmente nós, que agora estamos começando com a divisão de Direitos Humanos", explicou Francis.

Panorama Racial

Os números revelam, por exemplo, que 47% da população sul-mato-grossense se autodeclara parda, enquanto 42,4% são brancos. Entre os grupos étnico-raciais, as populações preta e amarela apresentam os maiores índices de envelhecimento no Estado.

Na educação, o acesso ao ensino superior é desigual. As pessoas autodeclaradas amarelas entre 30 e 34 anos estudaram, em média, mais de 14 anos. Brancos têm média de 12 anos de estudo, enquanto pretos e pardos não passam de 11 anos.

No mundo do trabalho, os dados mostram que homens brancos e amarelos possuem as maiores rendas médias na zona urbana, enquanto pretos e indígenas continuam com os menores rendimentos.

Quando o tema é religião, a população sul-mato-grossense se divide entre católicos (51,9%) e evangélicos (32,4%), com destaque para a participação feminina em religiões evangélicas, espíritas, de matriz africana e nas tradições indígenas.

O Painel Panorama Racial de Mato Grosso do Sul já está disponível no site do Observatório da Cidadania e pode ser acessado por toda a população: www.observatoriodacidadania.ufms.br

Além de gráficos interativos, o usuário pode consultar dados específicos por município e comparar indicadores entre os grupos raciais. O material é atualizado constantemente, com previsão de incorporação dos dados mais recentes do Censo 2022 nos próximos meses.

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