O sargento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul Éder Queiroz Gomes, de 35 anos, lotado no Batalhão de Choque, está preso desde a tarde de ontem, dia 30 de setembro, sob a acusação de ameaça a um comerciante. A prisão em flagrante foi feita em uma lan-house na rua Alberto Carlos de Mendonça Lima, no Jardim Tijuca, em Campo Grande, onde o policial estava junto com outros dois colegas, fardado e em uma viatura policial.
Ao seu favor, o sargento tem a tropa, que, por meio da entidade que representa a classe e ainda de policiais que procuraram o site Campo Grande News, afirmam que a prisão foi arbitrária, que a suposta vítima fez ameaças e disse ter influência com gente de alta patente da PM.
O local onde o policial foi preso pertence a Franklin Nunes Martins, 26 anos, que acionou o Ciops (Centro de Integração e Operaçãoes) alegando estar sendo ameaçado. Segundo Franklin, o sargento foi ao local para tirar satisfações em nome de um amigo, identificado como o comerciante Eraldo Gomes Patrício Junior, de 27 anos, depois de um acidente de trânsito, na semana passada. Franklin estava em uma motocicleta e Eraldo em um veículo, quando ocorreu uma colisão, sem maiores danos, mas que provocou toda a confusão.
Os dois se desentenderam via Whatsapp, ao conversar sobre como resolveriam o conserto dos estragos provocados pelo acidente. Nos áudios das conversas, aos quais o Campo Grande News teve acesso, o comerciante afirma textualmente que tem parentes de alta patente na Polícia Militar e ameaça transformar o carro de Eraldo em “uma peneira”;
Eraldo, então, pediu ajuda ao colega do Choque, conforme consta do auto de prisão em flagrante. No texto, Franklin admite que proferiu palavras em tom de ameaça, mas diz ter se arrependido e dito que arcaria com o próprio prejuízo com a motocicleta. A conversa contém áudios e mensagens por escrito.
Ainda assim, segundo a versão de Franklin, o policial o procurou durante o serviço e disse que se acontecesse algo com o amigo, o comerciante “se veria com ele”.
Outras viaturas
A situação envolveu três equipes da Polícia Militar, pelo menos. O relato do comerciante afirma que, primeiro, uma viatura identificada como sendo do Choque passou pelo local e os policiais olharam para o interior do estabelecimento. Depois, chegou o sargento Éder, com dois colegas. O comerciante cita ainda uma outra equipe que teria parado no local, conversado com ele, e logo se retirado.
Afirmando estar com medo, ele diz ter decidido acionar o Ciops, que enviou uma outra equipe, chefiada por um oficial, que foi quem fez a prisão. Conforme o documento, o comerciante chegou a pedir para que Éder se retirasse, mas o sargento alegou que ficaria para explicar a equipe que fosse ao local o acontecido.
Defesa
Éder está no Presídio Militar em Campo Grande, no complexo penitenciário da saída para Três Lagoas. Seus advogados já entraram com pedido de liberdade junto à Vara que cuida de casos militares.
A alegação deles é que em nenhum momento houve tom de ameaça na visita ao estabelecimento, que teria sido motivada pelo áudio no qual integrantes da corporação são citados. Dizem, ainda, que o policial não tem antecedentes, é dono de uma ficha com elogios diversos e não há porque ficar preso por um crime considerado de menor potencial ofensivo. No Código Penal Militar, a pena máxima é de seis meses de reclusão
Policiais que trabalham com Éder Gomes entraram em contato com o Campo Grande News dizendo-se revoltados com a ação da Corregedoria da PM. Segundo eles, o comerciante fez ameaças e ainda ofendeu integrantes da Corporação. Os policiais também apontam que ele tem várias passagens, a maior parte por violência doméstica.
O presidente da ACS (Associação dos Cabos e Soldados), Edmar Soares Silva, policial da reserva, questionou a prisão. “O que mais me admira é prenderem esse sargento, ele estava armado porque estava de serviço”.
Silva afirmou que nesta segunda-feira vai procurar o comando da Polícia Militar e que, se isso não for feito pelos advogados de Éder, a associação vai adotar providências em relação às ameaças em áudio, que, segundo ele, atentam, também, contra a Polícia Militar. “Ele não pode sair falando qualquer coisa da Corporação que está todo dia nas ruas protegendo as pessoas”.
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