A Polícia Civil de Campo Grande desvendou o caso do assassinato do motorista de ônibus Darci Rodrigues Santos, de 53 anos de idade, morto às 5h30 desta segunda-feira, dia 11. Segundo a polícia, a esposa do motorista que deveria ser assassinado, Solange Ferreira de Moraes, de 37 anos de idade, teria contratado os dois executores do crime por intermédio do pai-de-santo Rodeley Francisco Rios, de 25 anos de idade. Pela execução a contratante pagaria R$ 1 mil e duas caixas de cerveja quando recebesse o seguro pela morte do marido.Os dois homens que foram ao local realizar a encomenda são Renato da Glória de Oliveira, de 22 anos de idade, condutor da motocicleta, e Helton Wagner das Chagas Lima Prosper, de 20 anos de idade, ocupante da garupa e autor dos disparos. A motocicleta utilizada no assassinato era de uma locadora situada em frente ao Terminal Rodoviário da Capital e, segundo as investigações, havia sido alugada por uma outra cliente do pai-de-santo para uma finalidade diversa. Depois de realizado o crime, os dois autores não compareceram para devolver a motocicleta e o pai-de-santo Redeley resolveu ir à Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (Defurv) e denunciar o furto da moto. Na investigação da denúncia, os policiais localizaram o veículo com Renato que não admitiu a acusação de furto e acabou entregando a verdadeira história sobre a motocicleta.O motorista morto, Darci Rodrigues Santos foi assassinado por engano, pois no local do crime sua linha coincidia com a de Edno Duarte Lemes, de 54 anos de idade, que era quem tinha a morte encomendada. Segundo a polícia, um pequeno atraso na linha de Edno fez com que os assassinos se enganassem, executando a pessoa errada. Segundo a polícia Edno estava muito comovido pela morte do colega de trabalho em seu depoimento. “Ele parecia sentir muito pelo fato do colega ter sido assassinado por engano” afirmou Fernando Pacielo, assessor de imprensa da Polícia Civil.A versão do pai-de-santoApesar do crime estar elucidado Rodeley Francisco Rios insiste em dizer na coletiva dada à imprensa para apresentação, que não contratou os assassinos e que apenas os teria indicado à mandante depois de muita pressão por parte desta. Ele alega não saber de valores de pagamento e nem da existência de seguro. Ele afirma que freqüentava a casa do motorista que seria assassinado, nada tinha contra ele e que sabia de constantes brigas entre o casal.A versão da mandanteSolange Ferreira de Moraes alega ter sido Rodeley o mandante do crime dizendo que o mesmo estaria tentando se livrar de seu marido por motivos pessoais. Segundo ela o marido não gostava de Rodeley por alguns motivos, entre eles por não concordar com a presença do centro espírita na região, e que, por isto, o pai-de-santo a havia convidado a cometer o crime. Afirma ainda que chegou a concordar, mas havia mudado de idéia e não imaginava que tudo aquilo estava acontecendo.