Após sequência de três denúncias de golpes praticados contra pessoas com mais de 60 anos no município de Dourados nessa terça-feira (5), a Polícia Civil chamou a atenção para o crescimento deste tipo de crime desde o início do ano.
Em entrevista concedida ao Dourados News na manhã desta quarta-feira (6), o delegado regional, Adilson Stiguivitis Lima, afirma que 35 casos específicos de estelionatos contra idosos foram registrados apenas em 2022.
O número pode ser ainda mais elevado, se levar em conta crimes semelhantes que podem ter sido cadastrados com outras tipologias.
“Verificamos desde o início do ano até agora um aumento considerável do registro de ocorrência de estelionato virtual e fraude eletrônica, englobando também o estelionato contra idosos”, comentou.
O delegado explica que o avanço da tecnologia, facilidade no acesso às pessoas pelas redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas e também a rapidez das movimentações bancárias através de aplicativos de celular, são fatores que podem estar relacionados a este crescimento.
Para Stiguivitis, as pessoas idosas acabam sendo alvo destes criminosos em razão da dificuldade que esta população costuma ter com relação ao uso de ferramentas tecnológicas digitais.
“Eles primeiro tentam ludibriar a vítima obtendo informações, documentos, e com isso em mãos ele consegue forjar empréstimos bancários”, disse o delegado se referindo aos casos mais recentes ocorridos em Dourados.
Sobre os cuidados para evitar cair em golpes semelhantes, Stiguivitis afirma que todas as pessoas devem ficar mais atentas e principalmente ter mais cautela na hora de enviar quantias em dinheiro ou dados pessoas a terceiros.
“Tem que ter mais calma, conversar com outras pessoas. Consulte para ver se aquela empresa existe, ou seja, primeiro faça uma checagem. Em qualquer tipo de relação virtual, você tem que redobrar a atenção, pois não sabe de fato com quem está falando. Geralmente o estelionatário se esconde atrás de uma foto que não é dele”, disse. Veja a entrevista em vídeo clicando aqui.
Casos recentes
Ontem (5), uma mulher de 64 anos registrou queixa na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) após ser enganada e depositar R$ 18.556,50 em uma conta desconhecida.
Um idoso de 71 anos, aposentado pensionista do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), perdeu mais de R$ 15 mil ao ter uma conta supostamente invadida e perceber dois empréstimos consignados em seu nome.
Outra idosa, 79 anos moradora no Jardim Piratininga, também pensionista no INSS, constatou débito de R$ 313 em sua conta. Outra vez o desconto é referente a um empréstimo consignado em seu nome.