A Justiça concedeu na sexta-feira (8/11), liberdade provisória ao pastor Evandro Luiz Baptista, 53. Ele estava preso na PED (Penitenciária Estadual de Dourados) desde agosto, acusado de violação sexual mediante fraude. De acordo com as investigações da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), ele prometia ‘cura espiritual’ e abusava das vítimas.
Conforme decisão que o Dourados News teve acesso, o líder religioso deverá seguir algumas medidas cautelares impostas para responder pelos crimes fora do regime fechado.
Entre elas, monitoramento eletrônico por 90 dias e proibição de qualquer tipo de contato com as vítimas, mantendo pelo menos 300 metros de distância das mulheres que o acusam do crime. A defesa do acusado foi feita pelos advogados Rubens Saldivar e Bianca de Oliveira Guirelli.
Investigação
Evandro teria abusado sexualmente de pelo menos quatro pessoas, segundo as informações divulgadas pela DAM após a conclusão do inquérito policial. São três jovens entre 20 e 22 anos e a outra vítima de 40.
Conforme as denúncias que chegaram à delegacia, o pastor aproveitava a figura de líder espiritual da igreja em Dourados para ludibriar mulheres que frequentavam o local e assim, praticar atos libidinosos, como “selinho” (beijo na boca) e toques pelo corpo até convencê-las à prática da relação sexual.
Segundo os relatos das vítimas e de testemunhas à polícia, o pastor organizava e agendava grupos de orações durante as madrugadas e, nesses momentos, passava a falar através de linguagens consideradas ‘estranhas’, em tom alto, praticando os atos libidinosos em seguida.
Relatos mostram ainda que ele escolhia determinadas mulheres para praticar relação sexual, sob alegação de que “Deus havia determinado a passagem do varão” e que isso deveria ser feito pela troca de energia vital, a qual exigia a penetração, com fins de “cura espiritual”.
Uma das vítimas, conforme o relatado pela DAM, consentiu às relações sexuais e outra impediu o ato enquanto o pastor tentava tirar sua blusa.
As testemunhas narraram que, desde o início do ano de 2024, membros passaram a reclamar destas situações e, inclusive, estavam deixando de frequentar a igreja por essa razão.
Consta ainda na apuração, que obreiros pediram que o autor parasse de realizar toques em mulheres nos momentos de oração e que também parasse de se reunir a sós com mulher, mas isso não aconteceu.
Diante das apurações, a autoridade policial responsável representou pela prisão preventiva do indiciado, pedido que foi atendido pelo Poder Judiciário.
Evandro foi preso pela GMD (Guarda Municipal de Dourados) no dia 15 de agosto e o Inquérito Policial encerrado no dia 23 do mesmo mês, indiciando o suspeito pelo crime.