Um dos quatro homens mortos na madrugada desta quarta-feira (4) durante confronto com forças de segurança pública de Mato Grosso do Sul em uma propriedade rural na região de fronteira, entre Aral Moreira e Coronel Sapucaia, José Francisco Lumes, o Zé de Lessa, era falado e afamado no nordeste brasileiro como um dos líderes do chamado novo cangaço.
Na ação policial de hoje, policiais civis, do Garras, da Defron, e militares DOF (Departamento de Operações de Fronteira), do Bope, e do Pelotão de Choque, procuravam suspeitos de participação no assalto a um carro-forte ocorrido na manhã de segunda-feira (2) na MS-156, entre Amambai e Caarapó.
Em dezembro 2018, uma extensa reportagem do Correio 24 Horas, importante jornal da Bahia, citou Zé de Lessa como um dos criminosos mais procurados pela polícia, apontado como líder do BDM, o Bonde do Maluco, “considerada hoje a facção mais truculenta do estado”.
A publicação detalhava que o roubo de R$ 100 milhões em um banco em Bacabal, no Maranhão, ocorrido no mês anterior, teria sido comandado pelo próprio Zé de Lessa, informação repassada pela Secretaria da Segurança Pública daquele estado.
“No entanto, ele estaria bem longe do Nordeste: os indícios são de que ele tenha ordenado o crime do Paraguai. Mas o irmão dele, Edielson Francisco Lumes, estava e foi morto pela polícia maranhense, após um confronto na mesma noite. No Maranhão, era Edielson, o Dó, o responsável por repassar as ordens de Zé de Lessa, direto de outro país, aos cerca de 30 homens da quadrilha”, reportou.
Ainda segundo o jornal, ele viveu entre idas e vindas à cadeia até que em 2014 recebeu autorização judicial para cumprir prisão domiciliar por portar doença degenerativa, necessitando de cirurgia. “Zé de Lessa nunca fez a cirurgia, nem voltou para a prisão”, esclarece a reportagem.
A publicação narra ainda que “várias operações já tentaram prender Zé de Lessa” e uma das maiores “foi a Operação Sapucaia, realizada em abril de 2016 pela Polícia Federal na Bahia e no Mato Grosso do Sul”. “Na época, as informações eram de que ele estava vivendo na cidade de Coronel Sapucaia (MS)”, esclarece.
“De acordo com o delegado Fábio Marques, da Polícia Federal, após a operação Sapucaia, a PF já tentou prendê-lo no Paraguai, inclusive com ajuda da polícia local. As equipes chegaram a encontrar o local onde ele estaria escondido, mas ele não estava mais lá”, acrescentou.
Por fim, a o jornal baiano indica que desde então ninguém mais soube do paradeiro do foragido. “As últimas notícias – ainda enquanto rumores – que chegaram foi de que ele estaria com câncer de próstata em estágio terminal”, finalizou.
A causa da morte ocorrida na madrugada de hoje, porém, não teve relação com qualquer tipo de doença.