Um eletricista de 47 anos foi preso em flagrante por injúria racial na tarde desta terça-feira, dia 17 de dezembro, após ofender um vendedor de 20 anos, em loja de telefonia localizada na Rua 13 de Maio, região central de Campo Grande. Na delegacia, Luciano Rogério Hernandes, de 47 anos, confessou ter chamado o jovem de “macaco”.
Por volta das 13h50, policiais militares que faziam rondas na região central foram chamados para dar apoio em uma ocorrência. Chegando até a loja, eles foram informados que um cliente chegou irritado perguntando sobre um vendedor. Ele estava irritado porque a conta de telefone tinha ficado mais cara e culpava o rapaz pela mudança do plano.
Dentre as ofensas, ele chamou o vendedor de “vagabundo” e “macaco”. Outros vendedores ficaram indignados com a situação e decidiram acionar a polícia. O homem foi levado até a Depac do Centro, onde confessou o crime.
A vítima
Com a condição de não ser identificado, o jovem que sofreu a agressão verbal aceitou conversar com a reportagem do site Campo Grande News. Ele disse nunca ter passado por constrangimento semelhante e lamentou o caso.
O vendedor comentou sobre o pedido para não ser fotografado ou ter o nome divulgado. “Para evitar ficar marcado por esse motivo. Ele lamentou também o fato de o eletricista não ter se desculpado em nenhum momento. “Pelo contrário, ele confirmou. Parece que com orgulho mesmo. Não disse desculpa, não era isso que eu quis dizer”.
O jovem disse ainda ter a intenção de prosseguir com a ação contra o agressor. Após o registro da ocorrência, ele declarou ter sentido “alívio porque ele está preso”.
Amigo
Outro vendedor e amigo da vítima, Fernando Farias, de 21 anos, contou que no mês passado este mesmo homem já tinha ido até o estabelecimento perguntando sobre o jovem. Na ocasião, ele também usou a expressão “macaco”, mas como a vítima não estava ele foi embora e outros resolveram esquecer a situação.
Com o retorno dele nesta terça-feira (17), eles ficaram preocupados. “É uma coisa horrível, decepcionante, mas não uma surpresa”, declarou Fernando sobre o ato de racismo.
O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro da Capital.