O sonho da concretização da Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste), que liga Paraná e Mato Grosso do Sul, deu um importante passo ao longo de 2009. Os R$ 2,3 bilhões para bancar o projeto foram garantidos pelo governador André Puccinelli (PMDB) e Roberto Requião (PR) em negociação direta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O dinheiro sairá do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e recursos próprios dos governadores de Mato Grosso do Sul e Paraná.
Em maio deste ano, durante audiência pública realizada na cidade de Mundo Novo, quando foi definido o local onde será construída a ponte férrea ligando Mato Grosso do Sul e Paraná, o secretário de Estado de Obras Públicas e Transporte, Edson Giroto, anunciou que o governador André Puccinelli (PMDB) vai garantir R$ 20 milhões para a execução do projeto da ponte em Mundo Novo.
Pelo projeto, o ramal da ferroeste começará em Maracaju, passará por Itaporã, Dourados, Caarapó, Juti, Naviraí, Eldorado até chegar em Mundo Novo, onde os trilhos entram no Paraná e seguem até o Porto Paranaguá. Todo o trajeto terá 950 quilômetros de extensão.
A proposta é que as obras sejam realizadas em duas etapas. A primeira será voltada à reforma e modernização do trecho já existente entre Guarapuava e Paranaguá e a implantação do trecho entre Cascavel e Mundo Novo. Na segunda etapa, serão construídos os trilhos entre Mundo Novo até Maracaju.
O secretário de Mato Grosso do Sul lembrou que o projeto começou a se tornar realidade com ofício dos governadores Roberto Requião (PR) e André Puccinelli (MS), em dezembro de 2007, que foi dirigido à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, solicitando apoio do Governo Federal para a ampliação da Ferroeste ao Mato Grosso do Sul.
Em 25 de janeiro de 2008, a ministra Dilma, acompanhada do ministro dos Transportes, recebeu os governadores no Palácio do Planalto e passou a se empenhar na liberação desses recursos, ressaltou Giroto.
A ferrovia, afirma Giroto, vai criar um corredor exportador desde o Centro-Oeste do país e Oeste do Paraná até o Porto de Paranaguá, saindo da rota do Porto de Santos, que está no limite. Em Dourados a ferrovia criará estrutura logística para escoamento de toda produção da região até Maracaju, que seguirá até o Porto Paranaguá, criando novas alternativas para exportação da produção.
A ponte entre Guairá e Mundo é estratégica para garantir entrepostos comerciais entre os dois estados.
Para o vice-governador Murilo Zauith (DEM), um dos idealizadores do projeto para Mato Grosso do Sul, a importância deste é incomensurável, já que o Estado produz grande parte dos grãos e da carne que alimentam o Brasil e, em breve, estará produzindo grande parte do etanol que irá conquistar o grande mercado nacional e internacional.
Com todo Estado interligado com a ferrovia, o custo do escoamento da produção deverá cair em até 40%, tornando o agronegócio de Mato Grosso do Sul mais competitivo no mercado internacional.
Este ano, o objetivo seria viabilizar as licenças ambientais para concluir e licitar o projeto executivo em 2010 para iniciar as obras no fim de 2010 ou início de 2011.