Rubens Alves*O discurso da oposição de direita, amplificado por alguns dos maiores meios de comunicação do país, desencadeou nas últimas semanas uma enorme ofensiva contra o Partido dos Trabalhadores e contra o governo Lula. Esta ofensiva não é um raio em céu azul. Vem sendo planejada desde o dia em que Lula foi eleito e se manifestou fortemente nas eleições municipais de 2004, quando o partido sofreu uma derrota política, seguida, da derrota na eleição da Presidência da Câmara (a eleição de Severino Cavalcanti) que coincidiu com o processo de reforma ministerial, também profundamente desgastante para o Partido. Um verdadeiro sinal amarelo emitido por amplos setores de nossa base social e eleitoral.Coerente à sua história, o PT repudia a corrupção, o fisiologismo e a promiscuidade entre os interesses públicos e privados. Durante o governo FHC, o Partido dos Trabalhadores denunciou por diversas vezes estas práticas, especialmente no caso das privatizações e na propalada compra de votos que garantiu a aprovação da emenda para reeleição do FHC. Agora, como antes, entendemos que todas as denúncias devem ser investigadas e os envolvidos devem ser punidos. Nem mais, nem menos.O governo Lula tem demonstrado, com gestos concretos, seu compromisso com a investigação e a punição dos crimes cometidos contra o patrimônio público. A ação da Polícia Federal, da Controladoria Geral da União e de outros órgãos públicos tem sido intensa. Qualquer que seja a matiz política dos envolvidos, o tratamento deve ser o mesmo: investigação independente e punição para os culpados. Ninguém está acima da lei, como bem ilustram os recentes episódios de prisão pela Polícia Federal de homens que se julgavam intocáveis em Mato Grosso do Sul.O PT não surgiu de um mero acaso nem é fruto de mais uma das diversas manobras muito presentes na política brasileira. Ele é resultado de um intenso processo de lutas sociais e políticas que o consolidou como o principal partido democrático e popular do Brasil e uma referência para a esquerda internacional. Há, contudo, que se reconhecer: o desgaste sofrido pelo PT neste turbilhão de denuncismo é, sim, brutal. E este ambiente político conturbado tem um claro objetivo, tentar colocar o Partido na vala comum para inviabilizá-lo como alternativa concreta de governo e de poder. Se por um lado, os ataques dirigidos ao PT podem ser atribuídos a um forte movimento da direita, por outro, esta onda de denuncismo encontrou terreno fértil nos erros políticos cometidos pelo grupo que hoje é majoritário na direção do PT. Estes erros vem produzindo um enorme descontentamento, que em alguns casos já se transformou em angústia e apatia, facilitando o surgimento não apenas de denúncias, mas até mesmo de calúnias, que a direita lança contra o PT.A política adotada pelo “campo majoritário” até 2002 foi vitoriosa eleitoralmente (não por acaso ela permitiu conquistarmos a Presidência da República), mas emite fortes sinais de que não dá mais conta de enfrentar os novos desafios e a nova situação política do país.Isso se traduz na própria situação do “campo majoritário”, que