Em 2008 publiquei um artigo com o título “Os heróis do Presidente Lula”, referindo-me aos usineiros que, na sua época de “verdadeira esquerda”, ele chamava de outros nomes, bem menos benevolentes. Portanto, fiz uma crítica e não um elogio à postura do mandatário do Brasil.
Hoje, de fato, quero elogiar algumas pessoas que imprimiram no comércio de combustíveis de Dourados e até da circunvizinhança, uma queda expressiva no valor da gasolina. Não se preocupem porque não fui pago para fazer propaganda, quer dizer, não fui pago em partes, porque desde que começou as promoções já economizei uma quantia expressiva.
Pensando no meu próprio bolso, economizo a cada litro abastecido, cinquenta centavos (R$ 0,50), o que num tanque de 50 litros, rende-me vinte e cinco reais (R$ 25,00), como viajo pela Diocese toda, que tem mais de 72 mil quilômetros quadrados, em 36 municípios, no final do mês, em média, gasto cinco tanques, o que gera uma economia de cento e vinte e cinco reais (R$ 125,00).
Ora, fico imaginado o quanto as pessoas da cidade de Dourados e outras não deixaram de ganhar com este ato de coragem, e obviamente de jogada comercial. O fato é que bastou uma empresa da área tomar a iniciativa louvável, para que outras fizessem o mesmo. A gasolina em nossa cidade estava entre as mais caras do país e as desculpas eram sempre as distâncias das refinarias, etc.
Os empresários que bravamente derrubaram tal tabu merecem os nossos agradecimentos, pois proporcionaram aos cidadãos a oportunidade de economizar o tão suado dinheiro, podendo destiná-lo para tantas necessidades básicas.
Como não sou garoto propaganda de tais empresas, mas tenho me beneficiado, assim como muitas outras pessoas, nunca é demais recordar que a concorrência favoreceu a população em geral, e para que tais benefícios continuem, estes cidadãos e outros que têm as mesmas atitudes precisam do nosso apoio, pois se deixarem de comercializar combustíveis, pessoalmente terei que desembolsar novamente R$ 125,00 por mês, R$ 1.500,00 por ano, no mínimo.
Ao lembrar-se destes cidadãos corajosos e arrojados, fica também um apelo para outras empresas que poderiam trabalhar com uma margem de lucro menor, ajudando a população a comer melhor, comprar medicamentos, etc. Quem sabe este gesto não se estenda por outras categorias empresariais!
A Campanha da Fraternidade de 2010 fala de outra economia, obviamente que os pressupostos econômicos ainda são agressivos, mas é um sinal que o capital não pode gerar um lucro desmedido, e que existem outras formas de, mesmo dentro do sistema, ganhar sem prejudicar o semelhante.
É necessário esclarecer também que não desejo com isso canonizar ninguém, simplesmente, com cidadão, agradecer, pois o meu bolso foi contemplado.
Pe. Crispim Guimarães
Assessor de Comunicação e Coordenador de Pastoral da Diocese de Dourados