Após quase três horas de reunião com representantes da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e com integrantes do comando nacional de greve da Federação Nacional dos Correios (Fentect), o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Vantuil Abdala, formulou ontem uma proposta alternativa para pôr fim à greve deflagrada à meia-noite da última quarta-feira. A proposta prevê o pagamento de abono linear de R$ 800 aos 108 mil funcionários da empresa, 8,5% de reajuste salarial a partir de 1º de agosto e outros 3,61% em fevereiro do próximo ano, o que cumulativamente chega a 12,4% de reajuste salarial. As demais cláusulas, como reajustes dos benefícios (ticket-refeição, vale-cesta-básica, auxílio-creche, serviço de saúde) continuam válidas. “Estou satisfeito porque houve uma abertura nas negociações. O que devemos evitar é o radicalismo de ambos os lados. Tenho esperanças de que a proposta seja aceita pelas duas partes”, disse o ministro Vantuil Abdala após o encontro, que ocorreu em caráter informal. O presidente do TST vai aguardar a resposta até o meio-dia da próxima segunda-feira. Se não houver acordo, ele decidirá o pedido de liminar e o mérito do dissídio coletivo será julgado na quinta pela Seção de Dissídios Coletivos. A única objeção da direção da ECT em relação à proposta de Vantuil é com relação ao mês de pagamento dos 3,61%. A empresa insiste em efetuar o pagamento no mês de março de 2006. De acordo com o diretor regional dos Correios em Mato Grosso do Sul, João Rocha, a proposta da empresa traz aumento real de 5%. “Este é o terceiro ano consecutivo de aumento real de salário, ou seja a inflação do período mais um índice a título de recomposição salarial".
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