Mesmo que o clima esteja tranqüilo no EPSM (Estabelecimento Penal de Segurança Máxima) a necessidade de transferência de um detento preocupa a DGSP (Diretoria Geral do Sistema Penitenciário), que tenta solucionar o problema desde sexta-feira, quando o presidiário foi salvo por agentes penitenciários que viram um interno correr em direção ao preso armado com “chuchos”, facas artesanais confeccionadas pelos detentos com ferros das grades das celas. “No dia em que o detento Belagamba Vieira Couto foi morto era para ter acontecido outra morte, só não aconteceu porque no momento em que os presidiários anunciavam a morte de Belagamba, um agente viu o interno partir para cima do outro armado com um chucho”. De acordo com uma pessoa ligada ao sistema, cujo nome será preservado, o interno estaria sendo jurado de morte pela massa que o considera “cagüeta”. O detento seria de pouca periculosidade, entretanto, teria delatado planos de ações de facções criminosas. A diretoria cogitou a transferência do detento para o Presídio de Segurança Máxima de Dourados, Harry Amorim Costa, no entanto, ele não seria aceito pela massa carcerária local.Com 2300 presidiários além da capacidade, Mato Grosso do Sul sofre com o problema da superlotação. Somente no EPSM, estão reclusos 902 homens, enquanto a capacidade é de 360 detentos. Contudo, as mortes ocorridas no presídio têm sido ocasionadas pela disputa de poder entre as facções criminosas, que teve início com a transferência de 11 líderes do presídio, dentre eles, integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).