Trabalhadores voltam a negociar com bancos na segunda-feira

Trabalhadores e bancos da iniciativa privada retomarão as negociações salariais na próxima segunda-feira, em São Paulo, informou o presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB), Vagner Freitas, nesta sexta-feira. As conversas, no entanto, devem ser mais duras por conta da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que estabeleceu reajuste salarial de 8,5% aos empregados do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal (CEF), na quinta-feira. "Para nós, essa decisão não será um parâmetro. Mas é óbvio que os patrões vão querer isso", afirmou Freitas, por telefone, após participar de reunião da Executiva Nacional dos Bancários, em São Paulo, para analisar a decisão do TST. Os bancos oferecem reajuste salarial de 8,5%, mas os trabalhadores - que chegaram a fazer greve durante um mês, suspensa na semana passada - pedem aumento de 19%. Além do reajuste de 8,5% sobre o salário de agosto, o presidente da CNB também mostrou-se preocupado com outras decisões do TST, como a de não se posicionar sobre participação nos lucros e resultados, uma das exigências dos bancários. Não havia ninguém imediatamente disponível da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para comentar o assunto. De positivo no julgamento do TST, Freitas ressaltou a decisão de garantir o pagamento de abono no valor de 1.000 reais, apesar de ser abaixo do pedido pelos bancários, de 1.500 reais. Na sessão de julgamento de quinta-feira, o TST também estipulou que para quem ganha até R$ 1.500 por mês no BB ou na CEF serão acrescidos R$ 30 aos salários. O TST determinou ainda que os bancos federais pagarão 50 por cento dos dias parados e a outra metade será compensada pelos funcionários. Como isso será feito tem de ser negociado entre as partes.