Terminou há pouco a rebelião na Cadeia Pública Laudemir Levis, em Foz do Iguaçu, onde 820 detentos mantiveram durante 24 horas quatro reféns - um carcereiro e três presos de confiança. Durante todo o tempo, eles foram ameaçados de ser jogados de uma altura de cerca de 10 metros. Segundo o assessor de imprensa da Polícia Civil de Foz do Iguaçu, Juliano Pedroso, durante a rebelião os detentos estamparam uma faixa com as siglas PCP (Primeiro Comando do Paraná) e pintaram em outra as letras PCC (Primeiro Comando da Capital), organização criminosa paulista responsável pelos atuais conflitos nas penitenciárias paulistas. Eles também gritavam palavras de ordem em solidariedade aos movimentos que acontecem em São Paulo. Os presos reivindicam o fim da superlotação na cadeia de Foz, que tem capacidade para 350 pessoas, mas abriga mais de 800, e a agilidade na tramitação dos processos. Segundo eles, muitos presos estão com penas vencidas. Um juiz da Vara de Execuções Penais está no presídio tomando depoimentos. Segundo o assessor de imprensa, não se tem ainda uma avaliação dos prejuízos, mas devem ser consideráveis já que a unidade foi bastante danificada. As negociações desta manhã foram comandadas pelo delegado Luiz Alberto Cartaxo Moura, chefe da Divisão Policial do Interior, e delegado da Polícia Civil de Foz do Iguaçu, Márcio Vinícius. A Secretaria de Segurança Pública do Paraná divulgou na noite de ontem nota oficial afirmando que as rebeliões ocorridas no domingo no estado "não têm ligação alguma com os movimentos que acontecem em São Paulo". Segundo a nota, desde sábado, ao tomar conhecimento dos fatos de São Paulo, a Secretaria da Segurança Pública paranaense determinou que os comandos das polícias Civil e Militar mantivessem os policiais em alerta e aumentou a fiscalização na divisa com São Paulo e em todas as delegacias de polícia do Paraná. Além de Foz do Iguaçu, houve rebeliões em Cascavel, Toledo e Assis Chateaubriand.