Apesar de apresentar o menor índice de desemprego do Mercado Comum do Sul (Mercosul), de 7,4%, o Paraguai oferece as piores condições de trabalho entre os demais países do bloco (Argentina, Brasil e Uruguai). Segundo artigo publicado na 59ª edição da Revista Latino-Americana de Desenvolvimento Humano do PNUD, somente 12 em cada 100 trabalhadores paraguaios têm acesso a condições de trabalho decentes.
O conceito de Trabalho Decente foi estabelecido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1999, e defende o cumprimento das normas internacionais de trabalho, melhorias nas condições de emprego dos salários, ampliação dos mecanismos de proteção social como seguro saúde e aposentadoria, bem como o fortalecimento do diálogo social e das organizações de classe e a diminuição das desigualdades socioeconômicas.
O artigo, intitulado Os desafios do trabalho decente no Paraguai, criou o Índice de Trabalho Decente (ITD) para mensurar as condições de trabalho em cada país. Ele leva em conta quatro indicadores fundamentais: a porcentagem de trabalhadores que ganham menos que um salário mínimo, o índice de subemprego – pessoas que trabalham menos de 30 horas semanais – da População Economicamente Ativa (PEA) e as porcentagens de trabalhadores com acesso a seguros médicos e aposentadoria.
De acordo com a publicação, o Paraguai tem o pior desempenho em todos esses indicadores, se comparado aos demais países do Mercosul. A porcentagem de trabalhadores que ganham menos do que um salário mínimo no país é de 20,8%. O índice de empregados com acesso a seguro médico paraguaio (32,4%) é quase a metade do brasileiro (57,9%) e do argentino (66,2%), e cerca de um terço do uruguaio (95,7%).
O acesso a um sistema de aposentadoria uruguaio também é o maior entre os países do bloco, 65,6%, seguido pelo brasileiro, de 62,2%. O índice argentino é de 45,4% e o paraguaio é, novamente, o menor, somando apenas 21,1% da população ocupada urbana.
Na questão do subemprego, o Paraguai considera subempregados aqueles que trabalham até 30 horas semanais, enquanto na Argentina a base é de 35 horas e no Brasil e Uruguai, 40. Por essa razão, o índice de subemprego paraguaio é menor que o Argentino, mas, segundo o artigo, tal porcentagem seria maior se a base de cálculo fosse a mesma.
O artigo também destaca a desigualdade das condições de trabalho nos setores público e privado no Paraguai. Enquanto o ITD do funcionalismo público é de 63,9%, o dos empregados em empresas particulares cai para 18,5%. No entanto, apenas um em cada nove empregados paraguaios trabalha no setor público, o que justifica as demandas por mais postos de trabalho público no país.
Também há desigualdade nos índices do setor secundário (indústria e construção), que soma 11,6%, e do terciário (comércio e serviços), que é de 17,8%, e soma 55% dos trabalhadores nacionais. O ITD urbano, de 17,4%, também é maior que o rural, de apenas 4,6%. Só não há discrepância significativa entre os índices de trabalhadores e trabalhadoras.
O artigo aponta a melhoria das condições de trabalho no país como fundamental, uma vez que “o Desenvolvimento Humano e o Trabalho Decente compartilham uma visão ampla do bem-estar humano, que vai além da obtenção de ingressos monetários e inclui a satisfação de outras necessidades fundamentais, como saúde, educação, segurança e participação”.
Deixe seu Comentário
Leia Também

Mega-Sena acumula mais uma vez e prêmio vai a R$ 53 milhões

Após ser roubado, homem sofre infarto e morre em avenida
Quarta-feira de sol com aumento de nebulosidade em Dourados
VIOLÊNCIAPistoleiros com máscaras executaram traficante "das antigas"
BRASILPacote de corte de gastos conterá despesas em R$ 34 bilhões

Briga em fazenda termina com genro assassinado pelo sogro
Trump suspende parceria com Brasil para combater incêndios
CAMPO GRANDEHomem é preso ao tentar fugir de lanchonete sem pagar conta
JUSTIÇAEmpresa de ônibus deve indenizar familiares de vítima fatal

Polícia incinera mais 620 quilos de entorpecentes em Batayporã
Mais Lidas

Pista do Aeroporto de Dourados passa por nova inspeção do GEIV

Douradense morre após tombar carreta carregada com porcos no RS

Advogado volta a ser condenado, agora por se apropriar de R$ 19 mil de cliente em Dourados
