Alci Paim diz que chefia do setor de enfermagem do hospital está desviando funcionários da funçãoFuncionários do hospital reagiram à determinação de chefia de assumir responsabilidade que não são inerentes ao serviço e acionaram sindicato .
Funcionários do Hospital Regional ‘Dr. José de Simone Neto’, de Ponta Porã, reagiram ontem a uma determinação que consideram “absurda e arbitrária” baixada pela chefa geral do setor de enfermagem, Suzana Ceni, que obriga servidores de outros setores a assumirem responsabilidades que não são inerentes à sua função, numa flagrante irregularidade administrativa de desvio de função.
A denúncia foi feita ontem pelo presidente do Sindiporã (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ponta Porã), Alci Paim, após tentar, sem sucesso, demover Suzana Ceni de sua atitude. Ele esteve no Jornal da Praça para informar o que estava ocorrendo e disse que todos no hospital estavam cientes. “Eu disse que viria ao JP para tornar público o problema e ela [Suzana] disse: vai”, afirmou Paim.
Alci Paim disse que os funcionários foram surpreendidos desde o dia 1º de janeiro com uma “escala de serviço” formulada por Ceni, que ‘destacava’ um dos plantonistas para cumprir quatro funções: chamar pacientes para consulta, levar pacientes para o raio-x, levar pacientes para a maternidade e também ser 'maqueiro' (atender na portaria, colocar pacientes nas macas para introduzi-lo ao hospital).
“Não é função dos auxiliares e nem dos técnicos em enfermagem fazer isso”, garante o presidente do sindicato. Segundo ele, já houve vários concursos, “mas nunca abriram vaga para porteiro-maqueiro”. Até pouco tempo quem fazia esse serviço eram os guardas patrimoniais, “mas hoje eles também não desenvolvem essa atividade, porque não é função deles também”, argumenta.
Há algum tempo não há quem realize este serviço, por ser desvio de função, o que é proibido por lei. “Agora querem jogar essa responsabilidade para os auxiliares e técnicos de enfermagem”, reclama o sindicalista. Ele disse ter denunciado o caso ao Coren (Conselho Regional de Enfermagem), “que primeiro pediu por escrito e depois começou a fazer corpo mole para apurar o caso”, assevera.
Alci Paim disse que ontem voltou a fazer contato com o Coren, ameaçando inclusive levar o caso ao conhecimento do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem). “Eles se mexeram e disseram que vão tomar as providências”, frisou. A reivindicação do Sindiporã é para que a prefeitura contrate um ‘maqueiro’ para atender receber os pacientes que forem encaminhados pelo Corpo de Bombeiros ou particulares.
“Depois que entrou pela porta do hospital a responsabilidade é da equipe de plantão, é responsabilidade de todos, tanto de auxiliares quanto de técnicos em enfermagem e médicos, não admitimos assumir função que não é nossa”, aponta Paim. Segundo ele, o desvio de função pode prejudicar outros pacientes que estão lá dentro aguardando atendimento “e também pode deixar o atendimento a desejar”.
Alci Paim afirmou que a escala feita por Suzana Ceni é “furada e flagrante de desvio de função”. Ao tentar ouvir a versão do hospital sobre o assunto, a reportagem foi orientada a procurar a Assessoria de Imprensa da Prefeitura, que não trabalha na parte da tarde. É possível que hoje os assessores do prefeito, da Secretaria Municipal de Saúde ou do próprio hospital se manifestem sobre o incidente.