A cidade de Dourados tem tido nos últimos meses um crescimento notável no setor da construção civil, fruto de um mercado imobiliário aquecido. Alguns fatores são relevantes para tal evolução. O fato de ser uma cidade universitária, uma economia estável e a parceria entre as esferas pública e privada para construção de casas.
Com pelo menos quatro universidades de grande porte – entre públicas e privadas –, a segunda maior cidade sul-mato-grossense tem na construção de kitnetes um dos modelos habitacionais mais procurados pelos acadêmicos durante o período de aulas.
Gerente do setor de locação de uma das maiores imobiliárias da Cidade, Paulo Bulgarelli fala sobre o aumento no número de empreendimentos desse tipo e quem os procura. “Hoje as kitnetes se espalharam. Toda a cidade está construindo esse tipo de moradia, diz explicando que “a maioria das pessoas que chegam à cidade vem para estudar ou trabalhar, em um ou dois, por isso prefere um imóvel menor”, considerando o fato de quanto menor o imóvel, menor será a despesa.
Apontados como principal público a procurar kitnet, os universitários comprovam a tese do gerente. Marcos Santi, acadêmico de Comunicação Social, acredita ser mais fácil administrar uma kitnet á uma república. “Escolhi kitnet por ser mais fácil de administrar, em república são muitas pessoas, é mais complicado para organizar” diz o estudante.
Marcos morou por três anos em Dourados e diz ter tido dificuldades para locação. “No meu caso foi mais difícil pra conseguir financiador, porque como éramos dois, a gama de possíveis fiadores diminuiu, ai acabamos esbarrando nas limitações e na burocracia, mas no final deu certo”, relata o jovem que está de volta a sua cidade natal, Nova Andradina.
Paulo Bulgarelli considera a cidade um centro econômico e mostra otimismo para este ano. “Nós não temos números, mas a perspectiva para 2010 é boa”, diz esclarecendo ainda: “No ano passado nós fechamos no azul. Ouvimos falar em crise, mas aqui ela não foi sentida”. Ele se posiciona convencido de que a economia nacional estava preparada para superar o momento difícil de 2009.
É fato a evolução financeira das classes sociais mais baixas do País, com aumento nas linhas de crédito para financiamento habitacional – a compra da casa própria -, contudo Paulo diz não ter notado queda no setor de locação. “Tanto no meu setor [locação] quanto no de vendas o movimento tem se mantido”, conta o gerente.
Mensurando as dimensões desse mercado, o gerente de locação divide os empreendimentos da empresa em 30 por cento entre condomínios e kitnetes, para 70 por cento entre residências de padrão convencional.
Bulgarelli, há 22 anos no setor imobiliário douradense aponta outros empreendimentos em ascensão, como loteamentos para construção de condomínios horizontais. “São loteamentos, condomínios fechados, no sistema horizontal com sistema de segurança e lazer”, pontua. Segundo ele, os clientes buscam cada vez mais por segurança, lazer e comodidade em seus imóveis.
Os imóveis residenciais são alugados por preços que variam de 300 á 500 reais no caso de kitnetes ou condomínios menores e R$ 800 para casas.
No País
Integrantes da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (ADEMI), no Brasil, anunciaram saldo positivo no último ano e expectativa de crescimento em 20 ou 30 por cento para 2010.