Passando a depender, apenas, da aprovação do Senado paraguaio para finalmente tornar-se membro do Mercosul, a Venezuela, comandada por Hugo Chávez, pode sofrer um duro revés por conta da postura contrária assumida por alguns dos principais referentes da oposição paraguaia.
Um dos tenazes opositores à entrada venezuelana no bloco é o próprio presidente do Congresso paraguaio, senador Miguel Carrizosa, que em declarações reproduzidas pelos jornais locais e pelas agências internacionais, afirmou que enquanto continuar no cargo, o assunto não será deliberado de forma positiva.
“A presença de Hugo Chávez no Mercosul pode terminar por arruinar o bloco. O Brasil aprovou a entrada porque é um país grande e não tem motivos para temer o Chávez, mas o Senado paraguaio lhe dirá não”, ratificou Carrizosa, comparando a situação do Legislativo do país à de um “último samurai”.
“Não se trata de um não à Venezuela, mas de um não a Hugo Chávez, enquanto ele continuar comportando-se como agora. Chávez intromete-se em assuntos internos de países menores, inclusive em suas forças armadas”, justificou.
Com a entrada da Venezuela no Mercosul, Carrizosa destaca que Chávez teria direito a vetar decisões por consenso, o que terminaria “por arruinar o Mercosul, porque o presidente da Venezuela irá querer impor seu estilo. Por este motivo, enquanto eu estiver na presidência do Senado, diremos não a Hugo Chávez”.
O senador deixou entrever, no entanto, que existe a possibilidade de que, mediante “um milagre de mudança de atitude e comportamento democrático”, a postura agora definida seja revista. O pedido de adesão da Venezuela deve ser tratado apenas no mês de março, após retorno do recesso parlamentar.