Mato Grosso do Sul apresenta sérios problemas de logística e distribuição de alimentos para a população e, conforme especialistas, a necessidade de uma avaliação das atuais condições do setor é urgente. Em Campo Grande, por exemplo, cerca de 70% dos produtos de hortifrutigranjeiros vêm de outros Estados, enquanto os mais de 350 pequenos e mini-produtores rurais estabelecidos ao redor da capital sofrem com a falta de mercado e de competitividade com os produtos de fora. No restante do Estado não é diferente: aproximadamente 5,8 mil pequenos produtores vivem a mesma situação, sentindo a falta de políticas de incentivo e as enormes dificuldades em obter crédito.Baseado neste cenário, o deputado estadual Semy Ferraz e o deputado federal João Grandão (ambos do PT) vão coordenar, às 14 horas, da próxima segunda-feira, dia 26 de abril, a audiência pública “Abastecimento e Segurança Alimentar em MS”, no plenário Julio Maia da Assembléia Legislativa. Um dos debatedores será o diretor de Logística e Gestão Empresarial da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Silvio Isopo Porto, que implantou programas de segurança alimentar em Belo Horizonte e Porto Alegre, em gestões petistas. Outro convidado é o engenheiro agrônomo Ronaldo Botelho, que vai apresentar a experiência do programa de segurança alimentar implantado em Naviraí.Para Semy, a agricultura familiar apresenta-se como forma de enfrentar e sanar os inúmeros problemas ainda existentes no setor. “A comunidade técnica envolvida com a questão tem propostas e projetos específicos para enfrentar esses desafios. Assim, a audiência pública será uma oportunidade para discutirmos propostas, avaliar o atual estágio da atividade no Estado, as diversas visões de técnicos, organizações sociais e da comunidade diretamente relacionada”, explica. Segundo o engenheiro agrônomo Edimilson Volpe, assessor do parlamentar, o evento vai discutir a questão com foco no desenvolvimento dos municípios, com base na agricultura familiar, que é numerosa ao redor das cidades.“Existe um sério desequilíbrio entre produção e consumo, pois os pequenos produtores do Estado não têm acesso ao mercado local, geralmente por falta de competitividade, e os consumidores recebem a sobra dos produtos de outros Estados, a preços inferiores”, explica Edimilson. Ele destaca que é preciso discutir a segurança alimentar como um processo de integração entre os agricultores familiares e as comunidades, tendo em vista o desenvolvimento de toda a sociedade. “Essa relação pode favorecer produtores e consumidores, pois resultaria em produtos de melhor qualidade a preços mais competitivos, e os recursos continuariam na comunidade”, completa.O engenheiro agrônomo Carlos Augusto Marteli, diretor da Coopgrande (Cooperativa Agrícola de Campo Grande) reclama que, além da falta de políticas para o setor e difícil acesso ao crédito, os supermercados da capital representam grande dificuldade para os pequenos produtores. “Com as promoções nos chamados dias verdes, eles vendem produtos de fora do Estado a preços abaixo do valor de mercado, inviabilizando a produção local”, afirma. Segundo ele, os supermercados alegam que os produtores locais não suprem a demanda o ano todo. “Acontece que os produtores não têm como produzir sem um mercado garantido”, completa.
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