A criação de um fundo específico para auxiliar os produtores rurais na negociação de débitos, tomada de créditos e investimentos no setor agropecuário e de ciência e tecnologia é uma das propostas do presidente estadual do PDT, João Leite Schimidt, candidato ao Senado, apresentada hoje, em entrevista ao jornal Manhã Notícias, da TV Campo Grande. Este fundo seria subsidiado com repasse proveniente da movimentação financeira das instituições bancárias.Em entrevista a jornalista Flávia Leimgruber, Schimidt explicou que os bancos são enquadrados em regime especial de contribuição: do índice regular de 7,6% desembolsados por pessoa jurídica de direito privado, as instituições são beneficiadas e pagam 4%; no caso do PIS/Pasep, enquanto o percentual regular é de 1,65%, os bancos pagam 0,65%. A proposta de Schimidt é que os bancos não sejam mais enquadrados no regime especial de contribuição e passem a pagar 7,6% de Cofins e 1,65% de PIS/Pasep. A diferença, que antes poderia ser caracterizada como renúncia, seria repassado ao fundo, órgão que teria função de auxiliar os produtores. A intenção é que os valores aplicados neste fundo poderiam ser destinados para crédito/custeio de safra e ainda aplicação em ciência e tecnologia. A gestão ficaria ao encargo de cooperativa, uma forma de envolver diretamente o setor na tomada de decisões. Outra medida voltada para a pecuária debatida durante a entrevista refere-se à fiscalização de fronteira, para coibir a infecção de rebanhos e prejuízos mercadológicos. A responsabilidade seria repassada às entidades de classe, com apoio de órgãos da vigilância sanitária.A economia do Estado, segundo o candidato, não ficaria atrelada ao agronegócio, podendo ser diversificada, com a criação de nova matriz energética e florestamento, com objetivo de aproveitamento de madeira e celulose. “Acho fundamental para Mato Grosso do Sul, não podemos ficar apenas no binômio boi-soja”, avaliou.Além das propostas, o candidato ao Senado explicou durante a entrevista porque se sente qualificado para representar o Estado como senador: “exercia função de advogado, fui deputado estadual, fui conselheiro do Tribunal de Contas, gosto de política”. Schimidt defendeu ainda uma ampla reforma política, iniciada pela formação de Assembléia Nacional Constituinte, para elaboração de uma nova Constituição e a retomada das funções legislativas. “Um País atrasado fica para trás, as medidas provisórias trancam a pauta e isto precisa mudar”, disse.