O clube que surgiu com fama de ofensivo tem a melhor defesa do século na elite da bola brasileira. No São Caetano, que neste sábado luta com o Internacional vaga na Libertadores na rodada derradeira do Brasileiro-03 (Coritiba e Atlético-MG também estão na disputa), defender é a solução.Nenhum time sofreu tão poucos gols no país desde 2001, quando o clube do ABC passou a disputar praticamente todos os campeonatos de primeiro nível.Em jogos oficiais, o São Caetano tem média de 1,01 gol sofrido por partida no período. Computando apenas confrontos pelo Brasileiro, o desempenho é ainda melhor -0,96. Como comparação, o Corinthians foi vazado 1,47 vez por jogo no Nacional desde 2001. Mas é agora, neste Brasileiro, que a equipe atingiu o pico no setor. Em 45 jogos, o time sofreu apenas 37 gols, ou dez a menos do que o campeão Cruzeiro, dono da segunda melhor defesa. "O São Caetano já está educado para fazer uma marcação forte, é a marca registrada do time muito antes de eu chegar aqui", diz Tite, atual técnico do clube, reconhecendo que defender faz parte da cultura da equipe do ABC, independente de quem a comanda.Tanto é assim que, nos últimos três anos, o São Caetano teve quatro treinadores diferentes (Jair Picerni, Mário Sérgio, Nelsinho e Tite), e com todos as médias de gols sofridos foram baixas. "De todos os técnicos, só com o Jair as coisas eram diferentes. Ele gostava de jogar de uma maneira mais ofensiva. O Mário Sérgio e o Tite têm estilos semelhantes", declara o zagueiro Dininho.Mas, se mantém o nível mesmo com trocas de comando, o clube não se desfaz da sua espinha dorsal na defesa.Do grupo que tornou o São Caetano famoso no país, na campanha do vice-campeonato nacional de 2000, só três jogadores nunca saíram do Anacleto Campanella. São eles: o goleiro Silvio Luiz e os zagueiros Dininho e Serginho.