Segundo a pesquisa, divulgada mensalmente, os destaques ficaram para o aumento de milho e de soja, dois produtos que, juntos, representam 80% da produção nacional de grãos. A soja, principal grão brasileiro, deve apresentar um ganho de produção de 2,5% neste ano, ou seja, 1,2 milhão de toneladas. Segundo o coordenador da pesquisa, Paulo Renato Corrêa, o aumento pode ser explicado pelo fato de que, no ano passado, houve uma estiagem que prejudicou a produção desses produtos naquele período. O resultado do milho deve ser ainda mais expressivo: a expectativa é de que a primeira safra apresente aumento de 16% e a segunda safra, de 34%. Além da estiagem, o bom desempenho do produto deve-se ao fato de que ele foi usado por muitos agricultores para substituir outras culturas em suas propriedades. "Como a soja estava com um preço não muito satisfatório para eles e como há necessidade de fazer rotação de culturas, para evitar doenças, o milho ganhou um pouco da área de soja. Por outro lado, o preço do trigo também não estava muito satisfatório. Então, plantaram milho porque sabiam que não iam poder produzir trigo", disse Corrêa. Outro destaque do levantamento é a expectativa de aumento da produção de cana-de-açúcar, que deve alcançar 455 milhões de toneladas neste ano. O principal motivo, segundo o IBGE, é o aumento da demanda do álcool combustível no Brasil e das exportações para países que têm adicionado álcool anidro à gasolina. O Levantamento Sistemático de Produção Agrícola é realizado mensalmente, com o objetivo de estimar qual será o volume da safra brasileira no final do ano e evitar surpresas para os produtores e os consumidores, no momento da consolidação da safra anual. (fonte: Tribuna do Interior)