O colombiano Freddy Rincón, 37, volta neste sábado ao Corinthians com a missão interromper quatro décadas de tentativas frustradas do clube de recuperar veteranos com as carreiras por um fio.A partida contra o Rio Branco, às 16 horas, no Pacaembu, marcará o final de dois anos de aposentadoria do volante, que pode tirar a faixa de capitão de Rogério. A decisão será tomada pela comissão técnica.O histórico de fracassos de jogadores que chegaram ao Parque São Jorge para tentar renascer no futebol faz o colombiano acreditar numa desconfiança da torcida. "Se eu fosse torcedor, também desconfiaria. A situação permite isso", afirmou o volante.Seu principal trunfo para vingar no retorno ao clube que defendeu de 1997 a 2000 é a mudança que sofreu a partir de 15 de dezembro, quando começou a treinar. Desde então, o atleta de 1,87 m perdeu 5,7 kg. Hoje, cravou 90 kg. A quantidade de gordura em seu corpo caiu de 16% para 12%. A transformação resultou em testes melhores até do que alguns dos atletas mais jovens da equipe. Rincón está entre os mais ágeis e rápidos do time, segundo o fisiologista corintiano, Renato Lotufo. Ele espera que o jogador ainda perca pelo menos um quilo e ganhe massa muscular. Hoje, os músculos são responsáveis por 45% do peso do colombiano. Entre seus companheiros esse número varia entre 40% e 42%. "Fazer dieta em dezembro não foi fácil. Você vê pratos que não come o ano todo. Eu via, lembrava que correria oito quilômetros no dia seguinte e me controlava." Em sua opinião, a principal dificuldade de atletas que enfrentaram situação semelhante à sua no clube foi justamente perder peso. Em 1966, Garrincha, o caso mais célebre no Parque São Jorge, emagreceu, mas em vão. O ponta já sofria os efeitos do alcoolismo, fez 13 jogos e apenas dois gols. Seu contrato de dois anos foi rescindido na metade. Porém o clube insistiu na fórmula, quase sempre sem sucesso. Na década de 70, as apostas foram no ex-palmeirense César Maluco (29 anos, 37 jogos e 8 gols) e no ex-santista Edu (27 anos, 39 jogos e 4 gols). Nos anos 80, o caso mais emblemático foi o do atacante Paulo César Caju (32 anos, quatro jogos e nenhum gol). A década de 90 teve o retorno de ídolos como Casagrande (30 anos, 34 jogos e 10 gols) e Neto (30 anos, 22 jogos e um gol). Um dos casos mais antigos é o de Luizinho, um dos principais ídolos. Ele voltou em 1964, com 34 anos, e só fez três gols em 51 jogos.