Os últimos trabalhos de restauração do Santo Sudário, uma das relíquias mais importantes do cristianismo, deram início a uma grande polêmica por causa da retirada de alguns remendos que foram feitos durante a época medieval.
O trabalho foi feito, entre junho e julho, por uma equipe liderada pela especialista suíça Mechtild Flury-Lemberg e com a autorização da diocese de Turim, no norte da Itália. O Santo Sudário é o pano que, diz a tradição, envolveu o corpo sem vida de Jesus. Ele é conservado na catedral de Turim.
Agora vários especialistas criticaram o reparo, pois afirmam que a relíquia sofreu uma grande modificação em relação a seu estado original. A maior reclamação é proveniente da retirada de 30 remendos triangulares que foram costurados pelas Clarissas de Chambery (França) depois do incêndio que danificou a mortalha, em 1532. O trabalho feito recentemente pela especialista também incluiu a retirada do chamado "tecido da Holanda", que foi costurado ao sudário para favorecer sua conservação.
No entanto, um porta-voz do cardeal Severino Poletto, bispo de Turim e protetor do Sudário, afirmou que a restauração contou com a autorização da Santa Sé e foi feita seguindo as indicações dos maiores especialistas mundiais em Sindologia. A mesma fonte afirmou que os resultados das últimas pesquisas científicas feitas sobre a relíquia, levada temporariamente para a sacristia da catedral, serão divulgados em setembro.
O Vaticano nunca aceitou como definitivos os resultados dos testes de carbono-14, feitos por vários laboratórios em 1989, que concluíram que a mortalha data da Idade Média, entre os anos 1260 e 1390. O Santo Sudário é um pano de 1,36 metros de comprimento por 1,10 de largura, com marcas de cor sépia que desenham, em negativo, uma silhueta humana de tamanho natural e que teria coberto o rosto de Cristo.