O governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), anunciou hoje que não receberá o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, amanhã, em sua visita a Recife, devido ao acirramento da disputa eleitoral envolvendo os candidatos do PT e do PMDB na cidade."Há um clima eleitoral estabelecido na cidade, e o presidente está vindo nos últimos dias que antecedem o primeiro turno. Então, resolvi deixá-lo à vontade para que ele cumpra, na nossa cidade, os compromissos agendados com os seus correligionários", declarou Jarbas, por meio de nota divulgada por sua assessoria. A provável ausência do governador na visita de Lula vinha sendo comentada nos bastidores do governo há dez dias, mas só voltou a ganhar força anteontem, após a detenção de três policiais da Casa Militar, acusados de espionagem contra um advogado. O caso bateu às portas do palácio e ganhou cores da campanha por envolver o defensor da artesã Maria do Socorro dos Santos, pivô da maior polêmica surgida até agora na disputa eleitoral. Ex-moradora da favela de palafitas de Brasília Teimosa, Maria dos Santos apareceu, em agosto, na propaganda de TV dos candidatos do PMDB, Carlos Eduardo Cadoca, que tem o apoio do governador, e do PT, João Paulo. No programa de Carlos Cadoca, ela criticou o prefeito por não entregar as casas das famílias retiradas no ano passado das palafitas. Três dias depois, na propaganda do PT, pediu desculpas e disse que foi induzida pelos peemedebistas a mentir, com promessas de ajuda a seus filhos presos. No dia 2 deste mês, a artesã foi encontrada amarrada em um mangue. Ela disse que foi seqüestrada, roubada e agredida por dois homens desconhecidos. Amanhã, Lula vai visitar justamente as obras de urbanização de Brasília Teimosa e de construção das casas prometidas pelo prefeito. Reação da OAB A detenção dos policiais acusados de espionagem continuou a repercutir ontem. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) classificou de "risível" a explicação do governo estadual sobre o caso. "O que houve foi abuso de poder e o descumprimento da ordem constitucional", disse o presidente da OAB de Pernambuco, Júlio Oliveira. "A Polícia Federal precisa assumir a investigação, porque a polícia de Pernambuco não tem mais credibilidade para apurar o fato", declarou. O conselheiro federal da entidade Ademar Regueira afirmou que a OAB vai pedir ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que acione a PF. "É preciso saber quem mais estava sendo investigado e quem de fato autorizou a operação", declarou. O GOE (Grupo de Operações Especiais) da Polícia Civil assumiu a responsabilidade pela ação. Disse que pediu ao serviço reservado da PM que seguisse o advogado, alegando que o monitoramento fazia parte da investigação sobre a agressão sofrida pela artesã no início deste mês. Quando foram detidos, os policiais portavam armas, binóculo, filmadora, máquinas fotográficas e carregavam um dossiê com dados pessoais de Mororó, de sua família e amigos dele. Entre os papéis, havia também um recorte de jornal com a foto da artesã.
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