Ray Charles pegou o cativante ritmo gospel, a música religiosa de negros americanos, e juntou com o sentimento mundano do blues, a música do diabo, para criar uma fórmula de fazer sucessos. Do blues ao jazz, passando pelo rock e pelo gospel, Ray Charles era um mestre de muitos estilos. Sua interpretação intensa de canções clássicas lhe rendeu o apelido de "o gênio". Ray Charles trabalhou duro e se divertiu de forma pesada: era um notório mulherengo e lutou contra o vício das drogas. O cantor Ray Charles Robinson, nasceu em Albany, na Georgia, em 1930, e encurtou seu nome para evitar ser confundido com o boxeador Sugar Ray Robinson. Ray Charles já estudava piano aos seis anos, quando ficou cego de glaucoma. Como adolescente em uma escola para cegos na Flórida, ele participou de uma banda local e formou o seu primeiro grupo no começo dos anos 50, cantando, tocando piano e saxofone-alto. Um de seus primeiros ídolos foi Nat King Cole, que influenciou seu estilo no começo da carreira. Charles aprendeu a compor e escrever arranjos em braile. Seu primeiro sucesso foi Hallelujah! I Love Her So, gravada em 1956. Três anos mais tarde veio o seu maior hit, Georgia on My Mind, composta por Hoagy Carmichael. Depois, seguiram-se Hit the Road, Jack e I Can"t Stop Loving You. Nessa época, Ray Charles já era muito requisitado e conhecido, tanto por seus óculos escuros como por seu hábito de se balançar enquanto tocava piano. Mas Ray Charles teve problemas recorrentes com drogas, embora ele tenha dito que sempre manteve o hábito sob controle. Depois de uma condenação por posse de heroína em 1966, ele anunciou que havia se curado de um vício de anos. Sua carreira, porém, parece não ter sofrido com isso. Seus discos venderam milhões, e sempre havia demanda por seus shows no mundo todo. O estilo único, distinto, emocional, o fez um dos artistas mais influentes de sua geração. Estrelas dos Beatles a Van Morisson citaram como fonte de inspiração o músico que, quase sozinho, criou uma nova forma musical: o gospel-blues.