A família de Cleiton da Silva Leite, 20 anos, doará os órgãos do rapaz. Ele morreu ontem, após sofrer traumatismo craniano e perda de massa encefálica. Leite foi obrigado, ao lado do amigo Flávio Cordeiro, 16 anos, a saltar de um trem em movimento no último dia 7, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.O corpo do rapaz foi encaminhado para o Instituto Dante Pazzanese, na zona sul de São Paulo, para análise de quais órgãos poderão ser aproveitados. Após a retirada dos órgãos, a família decidirá onde ocorrerá o enterro.O irmão de Leite, Alex, 29 anos, disse que a família tinha esperança de que a vítima sobrevivesse. No entanto, segundo ele, a dor da morte será amenizada com a doação de órgãos. "Ele [Leite] estará ajudando diversas pessoas com seus órgãos", disse o irmão.Cordeiro perdeu o braço direito. Ele está internado e seu estado é estável. O rapaz poderá ter alta nesta semana, segundo o hospital de Mogi das Cruzes.Segundo testemunhas, Leite e Cordeiro pularam do trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) após serem ameaçados por três skinheads. Os agressores teriam implicado com os rapazes porque eles vestiam blusas de bandas de punk.Dois dos três acusados, Vinícius Parizatto, 24 anos, e Juliano Aparecido de Freitas, 18, estão presos desde a última quinta-feira, após se apresentarem à polícia. O terceiro acusado, Danilo Gimenez Ramos, 18, está foragido. Seu advogado disse que pedirá a revogação da prisão temporária.Ao serem presos, Parizatto e Freitas negaram que ameaçaram os rapazes. Eles disseram não ser skinheads, mas simpatizantes de um movimento chamado Carecas do Brasil. Parizatto disse que o grupo prega a união familiar e o cristianismo e não faz apologia da violência.