O Dourados News recebeu nesta quarta-feira (16) o professor Joaquim Soares de Oliveira Neto, candidato à presidência da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), para uma entrevista sobre sua candidatura.
Com eleições marcadas para o dia 2 de junho, duas chapas concorrem ao comando da federação: uma liderada pela professora Deumeires Morais, que recentemente também foi entrevistada pelo Dourados News (relembre aqui), e outra encabeçada por Joaquim, que apresenta sua proposta como uma “alternativa” ao que chama de hegemonia política de mais de duas décadas dentro da entidade classista.
Professor de Filosofia, Direito, Sociologia e História, Joaquim é concursado desde o ano 2000 e tem longa trajetória na militância social e educacional. Em sua fala, ele destaca que a principal motivação para sua candidatura foi o descontentamento com a condução atual da Fetems.
“Hoje a Fetems não representa mais o professor. Virou um grupo individual que usa a estrutura como trampolim político”, disse ao Dourados News.
Joaquim afirma que sua chapa não representa nem oposição nem continuidade, mas uma nova via. O grupo reúne professores de diversas regiões e perfis, incluindo representantes da educação indígena e do campo.
“Nós não somos oposição e nós não somos mudança, nós somos uma alternativa. Como o professor do estado inteiro está descontente, ele pode ter uma opção. A nossa chapa contempla todas as categorias: o readaptado, o administrativo, o aposentado. Queremos voltar a Fetems para o que ela foi criada: representar o trabalhador da educação.”
Entre as críticas, ele também destaca o envolvimento da Fetems com a Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul), apontando conflito de interesses e falta de independência da federação.
“O presidente da Fetems deveria estar do lado do trabalhador, mas ficou do lado da Cassems. Isso não é o papel da Fetems. O servidor está descontente com os descontos, e nós queremos independência. Queremos diálogo, mas com autonomia.”
Joaquim propõe ainda uma série de iniciativas voltadas à valorização do professor, como a criação de assessoria jurídica gratuita – tanto judicial quanto extrajudicial –, cursos de formação para dependentes de professores e um portal da transparência para divulgar onde estão sendo aplicados os recursos da entidade, que, segundo ele, arrecada cerca de R$ 1,2 milhões por mês.
“Hoje o professor não sabe qual o benefício de ser filiado à Fetems. Queremos oferecer atendimento jurídico de verdade, não só para questões funcionais. E também investir em cursos, como redação para os filhos de professores, além de formação continuada. Precisamos valorizar o professor e o seu núcleo familiar”, disse Joaquim.
Durante a entrevista, o professor destacou que uma das prioridades de sua chapa é a valorização salarial dos profissionais da educação.
Entre as propostas apresentadas está a defesa do pagamento do Piso Nacional do Magistério a partir de janeiro, além da garantia do piso proporcional para a carga horária de 20 horas, tanto para professores efetivos quanto contratados.
Ele também ressaltou a importância do cumprimento do 1/3 de hora-atividade nas redes municipais como parte de uma jornada de trabalho justa e mais equilibrada.
A vice de Joaquim na chapa é a professora douradense Elisângela Tiago Maia, que também participou da entrevista.
Ela reforçou a ideia de democratização e transparência dentro da federação e defendeu maior autonomia para os sindicatos municipais.
“Queremos dar autonomia aos nossos Simted’s. Eles têm o recurso próprio e precisam decidir como usá-lo em seus municípios. Hoje, tudo que a Fetems determina, os sindicatos cumprem. Isso precisa mudar”, pontuou.
Ela também enfatizou a necessidade da realização de concursos públicos como política permanente de valorização e fortalecimento da educação. A proposta da chapa prevê a cobrança por concursos públicos voltados a professores, administrativos, especialistas em educação, profissionais da educação especial e da educação escolar indígena, tanto nas redes municipais quanto na rede estadual. Segundo Elizangela, a medida visa garantir estabilidade, qualificação e continuidade no trabalho educacional.
Eleições
As eleições acontecem no dia 2 de junho, das 8h às 18h. A votação ocorrerá de forma presencial.
O voto será impresso. Cada urna contará com fiscais para acompanhar a votação, e, caso haja mais de uma chapa inscrita até o prazo final (1º de maio), a fiscalização será feita por representantes das duas candidaturas.
Deixe seu Comentário
Leia Também

INMET emite dois alertas para Dourados e previsão indica chuva e queda de temperatura

Enem 2025: prorrogado prazo para pedir isenção da inscrição

O Ministério da Previdência Social alerta aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro
Golpista engana duas mulheres durante venda de motocicleta em rede social em Ponta Porã

Homem morre após confronto com a polícia em Campo Grande

Crédito do Trabalhador: Banco do Brasil ultrapassa marca de R$ 2 bilhões em empréstimos

Governo autoriza nomeação de mais de 4 mil aprovados no Concurso Nacional Unificado

Mulher é esfaqueada pelo marido após discussão em aldeia de Dourados

Agressor poderá ser monitorado eletronicamente em casos de violência doméstica

Acelerador Sirius desenvolve análise de rochas do pré-sal
Mais Lidas

Após ataque a caseiro, "Lei da Onça" pode ser criada em MS

Homem que morreu atingido por eucalipto em Dourados tinha 56 anos

Mulher é presa após esfaquear outras duas que bebiam com o seu marido em casa abandonada
