Nesta sexta-feira (1º), chega a Campo Grande o professor da Universidade de Müenster, na Alemanha, Bernd Hill. Ele ministra curso de capacitação em Biônica a pesquisadores da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (UNIDERP). Hill permanece no Estado até o dia 20 de setembro.
A UNIDERP e a Fundação Manoel de Barros (FMB) desenvolvem pesquisas em Biônica, em convênio com a Universidade de Müenster. A Biônica é uma ciência que trata da elaboração de modelos tecnológicos com base em modelos biológicos. Segundo o coordenador do Núcleo de Energia, Automação e Controle (NEAC) da UNIDERP, professor José Wanderley Scucuglia, no próximo ano um grupo de pesquisadores da UNIDERP irá à Alemanha para prosseguir com os estudos.
“A Biônica consiste no estudo estrutural e funcional dos organismos com o propósito de projetar dispositivos tecnológicos. É a tecnologia do futuro que será utilizada como um rico arsenal de patentes retiradas da natureza, e que serão aplicadas no desenvolvimento de novas tecnologias e produtos. A exportação do Brasil está principalmente concentrada em matérias primas e produtos agrícolas. É de primordial importância à economia brasileira aumentar suas atividades em produtos de alto valor agregado e exportar soluções tecnológicas”, explica Scucuglia.
Segundo o coordenador do NEAC, devido à alta capacidade da natureza em adaptar suas características e estruturas para resolver problemas de sobrevivência, são encontradas na vida e no comportamento dos animais muitas soluções que podem ser aplicadas para gerar novos mecanismos com soluções mais inteligentes. “O Pantanal do Mato Grosso do Sul possui uma das mais ricas biodiversidades do planeta, sua variedade de espécies possibilita um grande potencial de pesquisas aplicadas”, explica.
A UNIDERP tem investido em estudos aplicados e já possui uma das melhores estruturas de pesquisa no Pantanal, incluindo um centro de pesquisa especializado, o Instituto de Pesquisa Pantanal (IPPAN). “A Alemanha, de encontro a esses fatos, possui reconhecimento internacional em estudos sobre biônica. Combinando a tecnologia alemã com a biodiversidade brasileira é possível descobrir novos modelos e mecanismos aplicados em diferentes animais no Brasil”, comenta.
José Wanderley Scucuglia ressalta que a idéia principal é ensinar a tecnologia da biônica nos cursos de graduação na UNIDERP, para que alunos de diferentes áreas aprendam biônica geral e aplique os conhecimentos adquiridos em sua área específica, produzindo novos equipamentos com mais tecnologia e precisão. “Dentre as expectativas do convênio está a realização de pesquisas aplicadas e a idealização e implantação de um centro de estudos em Biônica na Universidade”, conta.