O procurador da República em Dourados, Ramiro Rockenback da Silva, reconheceu hoje, em nota divulgada à imprensa que a situação entre índios e produtores rurais é tensa e exige atitudes rápidas do Governo federal. Rockenback, juntamente com o também procurador Wilson Rocha, participou hoje de uma reunião com o vice-governador, Egon Krackekhe, e vários segmentos que defendem os interesses dos índios.Segundo a nota, nessa reunião foram definidas propostas a serem encaminhadas ao presidente da República, entre elas a criação de “um grupo multidisciplinar para a realização de um levantamento estrutural sobre todos os territórios guarani-kaiowá e guarani-ñandeva existentes no Estado”.Rockenback nega, ainda, que tivesse sido obrigado pelos índios a dançar durante uma visita feita ao local em litígio, na última sexta-feira. Alguns canais de televisão mostraram as imagens do procurador e do juiz federal Odilon de Oliveira. Algumas emissoras nacionais chegaram a sugerir que eles tivessem sido obrigados a participar da dança.Na nota, o procurador afirma sua posição frente ao caso, reconhecendo que as terras são indígenas. “O laudo antropológico ... concluiu que trata-se de área indígena”, diz a nota. “O MPF fará o possível e o impossível para que os índios permaneçam nas terras que lhes são constitucional e historicamente asseguradas”, conclui a nota.