O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve receber na próxima quarta-feira um estudo sobre medidas para estimular o setor habitacional, informou nesta segunda o jornal O Estado de S. Paulo. Entre as iniciativas em análise está a criação de crédito consignado - com desconto no contracheque - para habitação e também a permissão para os bancos operarem com taxas de juros fixas, em substituição à TR que corrige os empréstimos do setor. O objetivo é reduzir os juros para esses financiamentos. O ministro das Cidades, Márcio Fortes, informou que essas medidas só valerão para os financiamentos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), cuja origem dos recursos é a poupança. Estão fora os financiamentos com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), destinados à população de menor renda. A secretaria de Política Econômica é que está comandando os estudos. Nas últimas semanas, a pedido de Mantega, o secretário Júlio Sérgio Gomes de Almeida se reuniu com representantes da Caixa Econômica Federal e do ministério das Cidades para produzir uma proposta. Segundo a reportagem publicado no jornal, ao mirar nesse segmento, a equipe econômica tenta atacar o chamado "déficit habitacional" brasileiro, estimado entre seis e sete milhões de moradias, além de estimular a construção civil, que nos últimos anos foi um das responsáveis pelas baixas taxas de crescimento econômico do País. No início do ano, o governo anunciou um pacote com medidas de aumento da oferta de crédito - previsto para chegar a R$ 18,7 bilhões em 2006 - e desonerações tributárias, estimadas em R$ 1,35 bilhões, com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) cobrado sobre materiais para construção.