A Prefeitura de Dourados, por intermédio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, entregou na semana passada mais uma remessa de lenha em trinta e dois pontos dentro da Reserva Indígena de Dourados, distribuídas nas aldeias Jaguapirú, Bororó e Panambizinho. Ao todo, já foram doadas mais de quinhentas cargas, o equivalente a cerca de 1500m3. A quantidade doada não atende a demanda, mas ameniza as necessidades dos índios que usam a lenha no preparo da alimentação e para se aquecerem. “Sabemos que não é a solução, mas o aproveitamento dos galhos ameniza a falta de lenha existente hoje na Reserva Indígena de Dourados. O que seria injusto é se jogássemos fora esse material sabendo do problema”, comentou o superintendente de Serviços Urbanos, Francisco Ogacy. Esse trabalho vem sendo feito desde 2001. A iniciativa, na realidade, partiu do vereador Wilson Biasotto que apresentou projeto de lei nesse sentido. Essa madeira é proveniente da poda das árvores feita na cidade, material que antes era triturado para ser transformado em adubo ou então acabava se deteriorando nos depósitos de entulhos. Os índios têm uma ligação emblemática com o fogo, mas as aldeias estão cada vez mais carentes de lenha devido à devastação. Muitos deles, devido ao estado de pobreza, não possuem fogão a gás. A Prefeitura, na atual administração, nessa mesma linha de raciocínio, desenvolveu o projeto do “fogão solar” e a experiência tem dado certo. Mas nas noites frias e dias de chuva, resta apenas o fogo para o cozimento, para afugentar animais predadores e para se aquecerem.
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