Os jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov ganharam o prêmio Nobel da Paz de 2021 por seus esforços para defender a liberdade de expressão, anunciou a Academia Real das Ciências da Suécia nesta sexta-feira, dia 08 de outubro.
A academia afirmou que Ressa e Muratov receberam o Nobel da Paz "pela corajosa luta" nas Filipinas e na Rússia e que a liberdade de expressão "é uma pré-condição para a democracia e para uma paz duradoura".
"[Os laureados] são representantes de todos os jornalistas que defendem este ideal em um mundo em que a democracia e a liberdade de imprensa enfrentam condições cada vez mais adversas", afirmou a entidade responsável pelo prêmio Nobel.
Os dois jornalistas ajudaram a fundar veículos de comunicação independentes em seus países e vão dividir o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,3 milhões). Muratov é um dos fundadores de um jornal russo que já teve seis jornalistas assassinados (veja mais abaixo).
"O jornalismo gratuito, independente e baseado em fatos serve para proteger contra o abuso de poder, mentiras e propaganda de guerra. O comitê norueguês do Nobel está convencido de que a liberdade de expressão e a liberdade de informação ajudam a garantir um público informado", afirmou a instituição.
A academia sueca disse também que "esses direitos são pré-requisitos essenciais para a democracia e protegem contra guerras e conflitos" e que o prêmio para os jornalistas "visa sublinhar a importância de proteger e defender estes direitos fundamentais [a liberdade de expressão e informação]".
Os outros vencedores do prêmio Nobel deste ano foram:
Medicina: David Julius e Ardem Patapoutian
Física: Syukuro Manabe, Klaus Hasselmann e Giorgio Parisi
Química: Benjamin List e David MacMillan
Literatura: Abdulrazak Gurnah
Economia: será divulgado na segunda-feira (15).
Maria Ressa
Maria Ressa é cofundadora da Rappler, uma empresa de mídia digital de jornalismo investigativo nas Filipinas.
Segundo a academia sueca, "Ressa usa a liberdade de expressão para expor o abuso de poder, o uso da violência e o crescente autoritarismo em seu país natal".
"Estou em choque", afirmou a jornalista filipina em uma transmissão ao vivo pela Rappler logo após o prêmio.
Dmitry Muratov
Dmitry Muratov é russo e um dos fundadores do jornal independente "Novaja Gazeta". Seis jornalistas do periódico já foram mortos desde a sua fundação, em 1993.
A academia destacou que "apesar das mortes e ameaças, o editor-chefe do jornal, Dmitry Muratov, se recusou a abandonar a política independente do jornal". "[Muratov] há décadas defende a liberdade de expressão na Rússia, em condições cada vez mais desafiadoras".
"O jornalismo baseado em fatos e a integridade profissional do 'Novaja Gazeta' a tornaram uma importante fonte de informações sobre aspectos censuráveis da sociedade russa raramente mencionados por outros meios de comunicação", destacou a entidade responsável pelo Nobel..
Após o prêmio, o governo russo afirmou que Muratov trabalha consistentemente de acordo com seus próprios ideais e que o jornalista é "corajoso e talentoso".
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