A Polícia Federal abriu investigação para apurar possível prática de racismo em comentários contra aplicação das vacinas da Covid-19 na população indígena de Mato Grosso do Sul. Tipificado no Código Penal, esse crime tem pena prevista de 2 a 5 anos de reclusão e multa.
O caso foi denunciado pelo promotor de Justiça João Linhares Júnior a partir de manifestações feitas em matéria publicada pelo Dourados News com detalhes sobre o início da imunização no Estado.
Agora, inquérito policial instaurado por determinação do delegado Ricardo Rodrigues está voltado à identificação de dados pessoais relativos a usuários da rede social Facebook, autores de comentários feitos entre 18 e 20 de janeiro.
Essas pessoas teceram críticas ao fato de que 91 mil das 158.766 doses da vacina Coronavac recebidas pelo governo estadual seriam destinadas para índios residentes em área indígena, parte do público-alvo do Plano Nacional de Imunização, bem como profissionais de saúde e idosos. (relembre)
Para o promotor João Linhares Júnior, titular da 4ª Promotoria de Justiça de Dourados, embora a publicação tenha sido esclarecedora, “algumas pessoas se indignaram e perpetraram discriminação nefasta contra os índios” nos comentários.
“Na condição de Promotor de Justiça, encaminhei o material à Polícia Federal hoje para apuração de discurso de ódio, mediante a prática do crime de racismo previsto no art. 20, parágrafo segundo, da Lei n. 7.716/1989, cuja pena é de 2 a 5 anos e multa”, informou.
Segundo ele, “trata-se da discriminação de raça/etnia, por meio da internet”. Penso ser importantíssimo divulgar para inibir uma escalada desse tipo de comportamento deletério contra os hipossuficientes/vulneráveis que terão prioridade na vacinação”, avaliou João Linhares Júnior.
“Com o aludido comportamento, os investigados promoveram a depreciação étnico-racial de toda a comunidade indígena, concedendo-lhe tratamento odioso, calcado na falsa e deletéria premissa de que eles não mereceriam o mesmo status e proteção jurídica conferido a quaisquer outros brasileiros. Estão entre os primeiros a vacinar-se por conta da situação precária de higiene, aglomeração e miserabilidade das aldeias, bem como pelo alto índice de contaminação e de letalidade entre eles”, pontuou.
Deixe seu Comentário
Leia Também

Escondido entre plantas, três são presos com 42 porções cocaína e maconha
Governo e bancada federal entregam ônibus escolar aos 79 municípios de MS
BATAGUASSUCondenado por estupro de vulnerável é preso pela Polícia Civil
OPORTUNIDADEPátio Zero: Detran abre novo leilão e 75 veículos poderão voltar a circular

Homem é autuado em R$ 3 mil por derrubada de árvores e exploração de madeira
IFMS prorroga prazo para matrícula em cursos de qualificação profissional

Ex-pastor que fez mulher refém por 12 horas é encontrado morto
Média de mortes por Covid chega a 1.540 e é recorde pelo 10º dia seguido
FRONTEIRAProcurado por roubo tem braço esquerdo decepado em bebedeira com amigos

Dourados fecha o dia com 94% dos leitos de UTI Covid ocupados
Mais Lidas

Homem é assassinado na região de fronteira e autores deixam recado ao lado do corpo

Douradense é assaltado ao sair de casa para pedalar na madrugada

Vacinação contra a Covid faz idosos 'amanhecerem' na fila em Dourados
