Movido pela pressão dos militares e preocupado com a repercussão negativa das declarações dos ministros da Defesa, José Viegas, e do Planejamento, Guido Mantega, afastando a possibilidade de concessão de reajuste para a categoria este ano, o governo já pensa em conceder algum tipo de reajuste ainda em 2004. A idéia seria oferecer um "agrado" aos militares, cerca de 10%. O aumento, porém, não seria concedido de imediato porque ainda não se sabe de onde sairão os recursos. Como a folha dos cerca de 530 mil militares da ativa e da reserva custa cerca de R$ 23 bilhões, o aumento pretendido traria impacto de R$ 2,3 bilhões, gasto considerado muito alto. Os estudos encaminhados pelo comando militar ao Ministério da Defesa - e que estão sendo analisados pela área econômica - variam de 23% a 34,5%, somando parte das perdas salariais da categoria nos últimos quatro anos. Ainda ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o ministro da Defesa, José Viegas, para discutir os salários dos militares, além do Orçamento das três Forças. As declarações dos ministros Mantega e Viegas, afastando a hipótese de aumento este ano, caiu como um balde de água fria sobre os militares e dominou as conversas ontem nas unidades do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. A frustração foi geral. Os militares ainda alimentavam esperanças de que, houvesse algum avanço nas negociações na reunião de Lula com Viegas ontem. Depois da manifestação de familiares de militares por reajuste no último fim de semana, na praça dos Três Poderes, em Brasília, a cúpula das Forças Armadas teme que uma negativa ao atendimento de pelo menos parte do pedido da tropa possa servir para fortalecer as associações da classe que têm proliferado nos últimos dias. As associações acabam funcionando como sindicatos, o que é proibido. Na segunda feira, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, emitiu nota defendendo o reajuste e, no dia seguinte, foi a vez do comandante da Marinha, almirante Roberto Guimarães de Carvalho, queixar-se da situação salarial da categoria, que considerou "preocupante". Essa preocupação foi levada pessoalmente pelos comandantes a Lula, na terça-feira, durante conversa no Boeing presidencial no vôo de Brasília para o Acre, quando estavam ao lado de Viegas. Naquele dia, o presidente disse aos três que o assunto teria de ser resolvido com Mantega. Diante da negativa de Mantega, Viegas voltou ao presidente para tratar do tema. O último reajuste para os militares ocorreu no final de 2000, quando entrou em vigor a nova Lei de Remuneração dos Militares, que veio acompanhada da retirada de alguns benefícios que a categoria ainda dispunha.
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