A portuguesa Vanessa Cerqueira, 36 anos, que fazia pesquisa de campo na Amazônia, foi encontrada morta na região de Sena Madureira, Acre, segundo comunicaram organizações não-governamentais da região. O corpo da pesquisadora foi achado ontem em um local conhecido como Toco Preto, a cerca de 145 quilômetros de Rio Branco. Sem roupas, apresentava vários golpes na cabeça e sinais de estrangulamento. Segundo as investigações policiais, o agricultor Raimundo Nonato Rocha de Lima, que foi preso, seria o autor do crime. Ele teria se aproximado quando Vanessa tomava banho, no domingo, num pequeno riacho da região. Segundo a polícia, ele teria estuprado a pesquisadora, que foi morta em seguida com "diversos golpes com um pedaço de madeira" na cabeça. Lima foi detido nesta segunda-feira pela polícia e aguardará o julgamento na prisão. "Após o assassinato, o agressor voltou a violentar a vítima, e arrastou o corpo por cerca de 200 metros para o meio da floresta", afirmou à Agência Lusa o chefe de polícia de Sena Madureira, Flávio Marques Torres. O corpo foi encontrado pela polícia após um alerta da professora Elizandra Moura de Lima, da Universidade Federal de Acre, que ajudava a investigadora portuguesa nos seus trabalhos de pesquisa. Elizandra Moura de Lima entrou em contato com a polícia depois de ter encontrado abandonado o cavalo normalmente usado pela pesquisadora portuguesa, bem como algumas peças de roupa manchadas de sangue. Vanessa Madureira investigava assuntos ambientais em vários países, como o Peru e o Brasil. Pretendia apresentar tese de doutorado no Centro Tropical de Investigação e Ensino Agrônomo, da Costa Rica. O chefe de polícia disse que o corpo deve seguir hoje para Portugal. No momento, encontra-se em Rio Branco, capital do Acre, para a realização da autópsia.