Ipea e IBGE sinalizam redução dos aportes públicos à metade nos últimos anos. O crescimento sustentado da economia brasileira depende mais de investimentos do que a expansão de países latino-americanos como o Chile. A conclusão é do estudo "Efeitos do investimento público sobre o produto e a produtividade: uma análise empírica", do economista José Oswaldo Cândido, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo ele, o Brasil chegou ao limite máximo no corte desses investimentos. Outra pesquisa, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que os estados e municípios brasileiros reduziram à metade os gastos com infra-estrutura. O peso das atividades econômicas - rubrica que engloba esses gastos - caiu de 12% em 1999 para 6% em 2002 do total dos desembolsos nos estados e, no mesmo período, diminuiu de 9% para 4% nos municípios. Segundo Cândido, em economias emergentes, em especial a brasileira, o aporte público em infra-estrutura é fundamental. "O setor privado só investirá em projetos que garatam sua rentabilidade. Dessa forma, não é possível esperar que a Parceria Público-Privada (PPP) resolva a questão. É preciso haver complementaridade", diz. O estudo do Ipea compara o reflexo que as alocações geraram nas economias chilena, argentina e brasileira entre 1970 e 2000. Na média das três economias, o volume empregado foi reduzido em 50%.