Policiais civis de Alagoas prenderam, na tarde desta segunda-feira (28), Everaldo Pereira dos Santos, pai da menina Eloá Cristina Pimentel, 15 anos. Ele estava foragido e foi encontrado em um sítio nas imediações de um conjunto habitacional, em Maceió.
Eloá foi sequestrada e morta pelo ex-namorado, Lindemberg Alves Fernandes, de 22 anos, no dia 17 de outubro de 2008, dentro de um apartamento em Santo André, no ABC.
Segundo a polícia, ele foi levado para a sede da Polícia Civil, onde deve prestar depoimento. Mesmo foragido, o ex-militar, acusado de integrar a Gangue Fardada, foi condenado, em novembro deste ano, a 33 anos de prisão por envolvimento no assassinato do delegado Ricardo Lessa, irmão do ex-governador Ronaldo Lessa.
O crime ocorreu em outubro de 1991, época em que o delegado investigava um crime ocorrido na Unidade de Emergência e que tinha como principal suspeito o grupo ligado ao ex-tenente coronel PM Manoel Cavalcante.
Morte de Eloá
Os desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo negaram, em 15 de dezembro, o recurso impetrado pela defesa de Lindemberg Alves Fernandes, para anular a sentença do juiz de Santo André, que leva o réu a júri popular.
Desse modo, Lindemberg, acusado de sequestrar e matar a ex-namorada Eloá, será mesmo julgado por um júri composto por pessoas comuns. A informação é da assessoria de imprensa do TJ. A data do julgamento, no entanto, ainda não foi marcada.
Foi o juiz José Carlos de França Carvalho Neto, da Vara do Júri e Execuções Criminais de Santo André, quem decidiu no dia 8 de janeiro que Lindemberg Alves, de 22 anos, iria a júri popular pela morte de Eloá.
O crime
Nayara Silva, Eloá Cristina Pimentel, e mais dois adolescentes foram feitos reféns por Lindemberg no dia 13 de outubro do ano passado em um apartamento em Santo André. Os dois jovens foram libertados no mesmo dia e as duas meninas seguiram no apartamento. Nayara deixou o local no dia 14, mas retornou no dia 16 após uma tentativa frustrada de negociação. No dia seguinte, a polícia invadiu o apartamento e as duas acabaram baleadas. Eloá, que era ex-namorada de Lindemberg, morreu atingida por dois tiros.
Ele irá responder por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima), duas tentativas de homicídio (contra Nayara e um sargento da Polícia Militar), cárcere privado e disparo de arma de fogo.
Testemunhas
Em janeiro, a estudante Nayara Silva, de 15 anos, foi a primeira a ser ouvida pelo juiz que determinou que Lindemberg fosse a júri popular. Durante o depoimento de quase duas horas, ela respondeu todas as perguntas feitas. Manteve o discurso que deu à polícia sobre o motivo do sequestro. “Ele entrou [no apartamento] para matar a Eloá. Não admitia que ela não o aceitasse de volta”, teria dito a menina, segundo o Tribunal de Justiça.
As testemunhas de defesa, vizinhas e amigas da família dele, disseram desconhecer histórico de violência por parte do réu contra a ex-namorada Eloá.
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