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Padre britânico causa polêmica ao sugerir prática de furtos

22 dezembro 2009 - 10h24

Um padre anglicano britânico aconselhou a seus fiéis que roubem em lojas se tiverem passando necessidade.

O padre Tim Jones, da paróquia de São Lourenço e Santa Hilda, no condado de York, no norte da Inglaterra, disse no sermão de domingo que as pessoas deveriam furtar de grandes cadeias de lojas e não de estabelecimentos pequenos.

Segundo ele, a atitude da sociedade para com os necessitados "deixa algumas pessoas sem outra opção a não ser o crime".

"Meu conselho, como padre cristão, é furtar em lojas", disse. "Eu não faço esta recomendação porque acho que furtar é uma coisa boa, ou porque acho que não faz mal, pois faz."

"Eu pediria que não furtem de lojas pequenas, de negócios familiares, mas de empresas de âmbito nacional, sabendo que os custos acabarão sendo repassados para o restante de nós na forma de preços mais altos."

"Quando as pessoas são libertadas da prisão ou se encontram repentinamente sem trabalho ou apoio da família, deixá-las por semanas e semanas com apoio social inadequado (...) é uma insensatez monumental, catastrófica."

'Irresponsável'
Mas o Arquidiácono de York, Richard Seed, disse: "A Igreja da Inglaterra (anglicana) não recomenda que ninguém furte."

"O padre Tim Jones está levantando questões importantes sobre as dificuldades que as pessoas enfrentam quando o apoio social não é oferecido, mas furto em lojas não é a forma de superar essas dificuldades."

A polícia da região, Yorkshire do Norte, qualificou o sermão como "altamente irresponsável".

Um porta-voz da força disse que, apesar de as pessoas sofrerem dificuldades financeiras, "furtar em lojas ou cometer outros crimes nunca deveria ser a solução".

"Fazer isso seria tornar a espiral (social) descendente ainda mais rápida, tanto para o indivíduo quanto para a sociedade como um todo", afirmou.

Mais tarde, em entrevista à rádio da BBC em York, Jones afirmou que sua intenção não era encorajar as pessoas ao furto, mas a doar mais para a caridade para impedir que os necessitados fiquem desesperados.

"Se uma pessoa esgotou todas as oportunidades dentro da lei para obter dinheiro e ainda está em uma situação desesperadora, a melhor coisa a fazer moralmente é pegar apenas o que precisar e só pelo tempo que precisar", afirmou.

O padre Jones chegou às manchetes dos jornais em maio de 2008, quando fez um protesto contra o uso do logotipo da marca Playboy em material de papelaria destinado ao público infantil. Ele foi a papelarias locais e jogou a mercadoria no chão.

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