Ainda está na memória de muita gente o episódio deprimente protagonizado pelo prefeito de Dourados Ari Artuzi e pelo deputado federal Geraldo Resende. Tal fato, amplamente divulgado pela mídia, aconteceu em uma solenidade pública de instalação do governo provisório do estado na cidade, no dia 11 de janeiro último, presidida pelo vice governador Sr. Murilo Zauith. Nessa solenidade, conforme divulgou a imprensa, o prefeito teria criticado publicamente o deputado, insinuando que ele, ao invés de ajudar, só criticava a saúde pública do município.
A crítica do alcaide de plantão foi o suficiente para o parlamentar ir a forra e desancá-lo, apontando o caos vivido pela saúde pública no município, classificando-o de “incompetente”. Enquanto o deputado falava, ao seu lado o prefeito “resmungava” chamando-o de mentiroso e Mané. Imagine só a baixaria. Mentiroso é aquele que falta com a verdade, mas o que quis dizer o prefeito chamando o deputado Geraldo de “Mané”?
Mané é o apelido carinhoso que recebe a maioria das pessoas que leva o nome próprio de Manoel. Assim, como José é Zé, Antonio é Tonho ou Toninho, Josefa vira Zefa, Ticiana é Tici, Tatiana é Tati, Sebastião vira Tião, Doralice é a Dora e por ai vai. É, o brasileiro gosta muito mesmo de apelidos, depois que pega não larga mais. Agora, voltando ao episódio envolvendo as duas autoridades públicas, lembramos que o deputado em foco é o Geraldo e não o Manoel, logo não pode ser apelidado de Mané.
É, se o Geraldo não faz parte da lista dos apelidados de Mané, por não se chamar Manoel, pode ser que o alcaide estava tentando figurar o deputado na segunda lista de Manés, aquela onde segundo o dicionário Aurélio, Mané é indivíduo inepto, desleixado, negligente. Se formos por esse sentido, poderíamos também chamar o prefeito de Mané. Afinal a cidade que ele diz que administra é um desleixo, tamanho é o descuido com ela. É negligente com os pacientes que não conseguem atendimento médico nos postos e hospitais da prefeitura. Portanto, é um inepto para governar.
Imagine, se o prefeito trata publicamente dessa maneira o deputado, o que não dirá ele na sua intimidade dos verdadeiros e legítimos Manés, Tonhos, Tiãos, Zefas, dentre tantos que trazem do berço o apelido carinhoso dado pela família. Pelo jeito, para o alcaide somos todos Mané, aquele Mané da música de Bezerra da Silva, “Malandro é Malandro e Mané é Mané”. Somos o Mané e ele certamente o malandro.
*Professor da rede estadual de ensino. E-mail: ribeiroarce@gmail.com