O levantamento feito pelos professores da Cândido Mendes indicou ainda que o número de homicídios contra mulheres é ínfimo quando comparado ao de homens, o que vale tanto para brancos como para negros. Segundo a pesquisa, de cada 13 vítimas negras, apenas uma é mulher. Entre os brancos, de cada 12 mortos, somente um é do sexo feminino.O trabalho indica ainda que as maiores taxas de homicídio por 100 mil habitantes, independentemente da raça, concentram-se nas pessoas que têm 24 anos. A taxa de negros mortos nessa idade é, por exemplo, sete vezes maior do que a de pessoas da mesma cor e que tenham 60 anos, de acordo com a pesquisa.Para Gláucio Soares, o risco de negros serem mortos é maior do que o de brancos serem vítimas de homicídios porque há mais pessoas dessa raça vivendo em áreas de situação de risco."Os negros vivem em áreas com taxas mais altas de violência e se associam comparativamente mais com fatores de risco, como drogas e armas", disse ele à Folha.Com os números que dispunha, Soares fez algumas estimativas. Segundo ele, se a taxa de vitimização dos negros fosse igual à dos brancos, 8.201 pessoas dessa raça deixariam de morrer em 2000.De acordo com o pesquisador, se a taxa de homicídios de homens negros por 100 mil habitantes fosse igual ao índice de vítimas entre mulheres, 37.899 homens não seriam mortos. Soares disse que o estado civil das pessoas pode afetar o risco da violência. Segundo ele, as taxas são maiores para solteiros que para casados.Como comparação, o pesquisador afirmou que 17.291 solteiros não seriam mortos se a taxa fosse igual à dos casados. "Os solteiros se expõem mais", disse.O professor afirmou ainda que as pessoas mais religiosas se expõem menos a situações de risco, assim como aquelas que vivem em famílias estruturadas.Para o pesquisador, a baixa legitimidade da polícia, da Justiça e do sistema político contribuem para aumentar a violência. "Uma polícia competente, preventiva e pró-ativa inibe o homicídio, além da certeza da punição."Segundo Soares, a violência existirá sempre e em qualquer lugar do mundo. No entanto, o que deveria importar, segundo ele, é se morrerão duas ou 200 pessoas por 100 mil habitantes.
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