Uma terceira gravação de conversa telefônica entre o cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, e o traficante da Favela do Jacarezinho Waldir Ferreira, o Vado, divulgada ontem à noite no “Fantástico”, da Rede Globo, comprova a relação de amizade entre o pagodeiro e o bandido.
Em trechos da conversa, Belo e Vado conversam sobre dinheiro, armas, amigos em comum e até negociam a entrega de convites para um show do pagodeiro numa tradicional casa noturna da Zona Sul Carioca.
O primeiro trecho apresentado é de uma ligação do traficante para a casa de Belo, que teria sido acordado pelo telefonema do bandido. Na gravação, Vado se identifica como Bebeto.
Na conversa, Belo diz para Vado que pretende fazer uma visita à Favela do Jacarezinho. Em seguida, o pagodeiro manda abraços para dois homens identificados como Paulinho e Bigodinho.
Na gravação, feita no dia 3 de abril, um outro pagodeiro também é citado: Marquinhos, do grupo Sensação. Durante a conversa com Vado, Belo pergunta se Marquinhos realmente esteve na favela e se ganhou um presente de Vado. O bandido confirma que o músico do conjunto Sensação esteve no Jacarezinho, mas nega ter-lhe dado um presente.
Entrevistado pelo “Fantástico”, Marquinhos disse ter ido à Favela do Jacarezinho apenas uma vez, a convite da Associação de Moradores, para fazer um show e negou conhecer Vado. Ele também afirmou não ter uma relação de intimidade com Belo.
Para o chefe de Polícia Civil, Zaqueu Teixeira, a conversa gravada comprova, mais uma vez, a ligação entre o cantor e o traficante e a participação de Belo no tráfico:
- Comprovamos que a liderança é do Elias Maluco e que entre os gerentes da região está o Vado e que, associado ao Vado, entrando com o financiamento e a aquisição de armas e drogas, entra o Belo.
Zaqueu também afirma que o cantor se contradiz ao dizer que teme o bandido:
- É uma relação carinhosa, de amizade, e não de medo.