A Prefeitura de Dourados está dando continuidade ao que a administração passada fez em termos de divulgar a história do Município através de sua página oficial, porém sem nada que fale à respeito do que aconteceu com a cidade depois de 1935 e com alguns possíveis equívocos.
No site oficial da cidade faltam informações sobre o desenvolvimento pós-emancipação e outras informações estão sem nexo. Para escrever o texto, utilizou-se a história oficial, porém no que tange à história indígena podem haver equívocos. “Antes da colonização do homem branco o município de Dourados era habitado pelas tribos Terena e Kaiwa (sic) cuja presença dos descendentes é marcante até os dias atuais”, diz o texto.
Os Terenas foram trazidos para Dourados pelo antigo Serviço de Proteção ao Índio e a grafia mais aceita por antropólogos e pesquisadores para o nome da etnia à seguir é “Kaiowá” e não “Kaiwa”, como está no site. Os Guaranis não foram mencionados.
Mais embaixo a prefeitura confunde o patrimônio que hoje forma o território de Dourados, com a Colônia Militar de Dourados (Fundada em 10 de maio de 1.861), que argumenta o site estaria “sob o comando de Antônio João Ribeiro, quando ocorreu a invasão paraguaia. Por este fato, a região tornou-se lendária”, sem mencionar que invasão paraguaia foi essa e sem explicar que a Colônia fica próximo de Antônio João e não de Dourados.
No mesmo texto, os relatos da página dizem que “dado o acentuado progresso verificado na região e pelas notícias sobre a fertilidade da terra, aluíram novos colonizadores em demanda da exploração dos extensos ervais nativos impulsionado pela ação da Companhia Mate Laranjeira S/A, que deteve o monopólio da exploração dos ervais em toda a região, entre os anos de 1882 e 1924, destacou-se também o desenvolvimento da cultura pastoril e da construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, entre 1904 a 1914”, dando a entender que os colonizadores vieram para explorar também a erva-mate, quando na verdade documentos mostram que foram vários os conflitos entre colonos e representantes da Mate que não queriam ceder terras para quem vinha chegando.
Sobre Marcelino Pires, o texto diz que a cidade está dentro de territórios que antes pertenciam exclusivamente à uma fazenda dele, quando na verdade o perímetro urbano da cidade “aglomera” não só terras que eram de Marcelino Pires, mas também de Januário Pereira de Araújo, Joaquim Teixeira Alves e outros. “Marcelino Pires se dedicou com maior intensidade à criação de gado, ocupando vastíssima área de terras, onde se localiza atualmente a cidade de Dourados”, diz o site.
Sobre a Colônia Agrícola de Dourados, a confusão também é grande. “A colônia agrícola de Dourados, criada em 1943, com uma área de 50.000 hectares, reservado em 1923 para a colonização, passou a integrar Dourados pelo Decreto de elevação à categoria de município em 1935 atraindo para a região tantas levas de imigrantes brasileiros e estrangeiros, principalmente japoneses, que se dedicaram notadamente ao cultivo de café”, diz o texto sem estabelecer uma linha temporal dos eventos, dizendo que a Colônia criada em 1943 passou a integrar Dourados por um decreto de 1935, oito anos antes de ser criada.
Os relatos sobre a história de Dourados se encerram aí, com a Colônia, quando nenhuma outra informação sobre a história da cidade consta na página. O site foi reformulado há poucos dias. Antes o site que era utilizado era o da administração anterior, que era vermelho, da cor do partido do ex-prefeito Laerte Tetila (PT), agora é azul. Para visitar o texto do site oficial citado nesta matéria, clique aqui.
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