Durante a sabatina promovida pela Folha na manhã desta quarta-feira (19), o ministro da Cultura, Juca Ferreira, afirmou que as alterações previstas na lei Rouanet não foram propostas com o objetivo de beneficiar artistas consagrados em detrimento de novos nomes ou privilegiar produções ditas eruditas ao invés de atividades populares.
"Eu não tenho noção de nenhum território que possa ser desprezado em termos de produção cultural no Brasil. Até mesmo nos meios de comunicação em massa. Eu sou daqueles que acha que tudo é relevante até que se prove o contrário", disse Ferreira.
"A pessoa começa lendo um livro de autoajuda e depois está lendo Shakespeare ou Dalton Trevisan."
No evento, que aconteceu no teatro Folha, o ministro foi sabatinado por Sylvia Colombo, editora da Ilustrada, Gilberto Dimenstein, membro do Conselho Editorial da Folha, e pelos repórteres Marcio Aith e Ana Paula Sousa, além de responder perguntas do público presente no auditório.
Em suas respostas, ao mesmo tempo em que afirmou que "não há possibilidade de desenvolvimento cultural sem os grandes artistas" --ao ser questionado sobre um suposto favorecimento do Ministério a fornecer recursos a artistas já renomados como Caetano Veloso e Gilberto Gil--, Ferreira defendeu também manifestações e publicações que têm apelo mais popular.
"Eu não tenho nada contra o funk. Toda manifestação cultural já passou por seu momento de proibição", disse em relação ao ritmo consagrado nas favelas do Rio de Janeiro.
Para exemplificar, o ministro citou também os livros de autoajuda. "Eles são muitas vezes a única referência que oferece uma paz subjetiva para certas pessoas. O sucesso da autoajuda tem uma razão de ser. Seria cruel discriminar esse gênero de literatura", afirmou.
"A indústria cultural brasileira é estruturada para poucos, uma das nossas metas é abrir isso, é possibilitar que o brasileiro tenha um maior acesso [à cultura]", disse o ministro.
Para rebater às polêmicas em torno da verba captada por meio da lei Rouanet, Ferreira definiu a lei como "permissiva". "Você só pode restringir o acesso [a determinados artistas e produções] quando isso existe na lei. A lei é permissiva e nós não podemos conceber uma política pública em que só vamos trabalhar com artistas que não tiveram sucesso. Isso não existe."
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